A equipe do candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) produziu um vídeo de campanha em que critica posicionamentos do também presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), mesmo sem citá-lo. A peça publicitária tem como música de fundo uma ópera e termina com a imagem de uma criança quase sendo atingida por um bala. A frase de efeito ao final é: “Não é na bala que se resolve”.
Bolsonaro é defensor do porte de armas e pesquisas internas qualitativas levaram o PSDB a colocar uma menina no fim do vídeo para se aproveitar do alto índice de mulheres indecisas. O vídeo é uma cópia de uma propaganda britânica a favor do desarmamento.
O vídeo da campanha de Alckmin tem duração de um minuto. Ele mostra diversos objetos sendo atingidos por uma bala. Cada objeto representa um problema social do país: desemprego, falta de saneamento, analfabetismo, fila na saúde e fome. Um copo de leite, por exemplo, aparece com a palavra “desemprego” escrita.
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Ao final do vídeo, aparece uma menina negra. A bala quase atinge a cabeça da garota. Mas, antes, ela some e aparece a seguinte frase: “Não é na bala que se resolve”. Na parte inferior do vídeo, os nomes de Geraldo Alckmin e de Ana Amélia (PP-RS), candidata a vice na chapa do tucano (veja a seguir).
A propaganda copia peça “Kill the gun”, ou “Acabe com as armas”, em uma tradução livre. A peça foi veiculada em 2007 na Inglaterra e foi feita a pedido do movimento Choice, que luta pelos direitos do jovens. A propaganda britânica mostra também vários objetos sendo atingidos por uma bala e também tem como música de fundo uma ópera. Ao final, aparece um menino e a seguinte frase, em tradução livre: “Parem as balas. Mate a arma” (veja abaixo).
Vídeo será usado no horário eleitoral
Segundo a coluna Painel da Folha, a equipe de comunicação do PSDB submeteu a peça brasileira a diversas pesquisas qualitativas que mostraram que o filme provoca reações fortes e é rapidamente vinculado a Bolsonaro, apesar de não citar o candidato do PSL nominalmente. Segundo a coluna, o comercial será o abre-alas do tucano no horário eleitoral.
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A equipe de campanha de Alckmin já tinha escolhido o Bolsonaro, líder nas pesquisa de intenção de voto no cenário sem Lula, como o adversário a ser batido. Segundo a Folha, a equipe do tucano entende que o eleitor radicalizado à direita é o que precisa ser recuperado, já que pesquisas internas da sigla calculam que um terço dos “bolsonaristas” têm Alckmin como segunda opção.
Desarmamento
Apesar de afirmar no vídeo que “Não é na bala que se resolve”, na quinta-feira (29), em uma sabatina promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), Alckmin admitiu facilitar o acesso ao porte de arma pelo homem do campo. “Sou a favor que na área rural se tenha o porte de arma. Lembro que meu pai tinha uma espingarda, que ficava em cima do armário. Nem sei se funcionava. Vou criar ainda uma guarda nacional para combater o crime no campo”, disso o candidato do PSDB.
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