O ataque a tiros ocorrido nesta sexta-feira (20) em uma escola particular de Goiânia (GO), que deixou pelo menos dois alunos mortos, é a mais grave ocorrência do tipo desde o assassinato de 12 estudantes em uma escola de Realengo, no Rio de Janeiro, em 7 de abril de 2011. O caso ficou conhecido como o Massacre de Realengo.
Naquele dia, o desempregado Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira e atirou em 20 meninas e 4 meninos, matando a metade. Ele usou dois revólveres: um calibre 38 e outro calibre 32, e estava com muita munição num cinturão. Ele usava um equipamento chamado de “speedloader”, um dispositivo que ajudava a recarregar as armas rapidamente, de uma vez só.
O tiroteio durou em torno de 20 minutos e só não foi maior porque uma viatura da Polícia Militar que atendia uma ocorrência na região chegou rapidamente à escola. Um policial acertou um tiro no autor dos disparos no momento em que ele se preparava para atirar em mais estudantes. Wellington então se matou com um tiro na cabeça depois de ser atingido.
O atirador era ex-aluno da escola: cursou o ensino fundamental de 1999 a 2002. De acordo com a Secretaria de Educação, era bom estudante e nunca repetiu de ano. Não havia nos registros dele nenhuma ocorrência por mau comportamento na sala de aula.
Wellington era filho adotivo, caçula de cinco irmãos, e tinha perdido os pais poucos anos antes do ataque. Segundo colegas que trabalharam com ele em uma fábrica de salsichas, ele era um jovem de poucas palavras, mesma descrição feita pelos vizinhos da casa onde morava.
As investigações mostraram que o ataque foi premeditado. Wellington planejou o crime meticulosamente e tinha uma estranha predileção por assuntos como terrorismo islâmico e armas de fogo. Ele deixou vídeos gravados em que explicava suas motivações para o ataque, entre elas ter sofrido bullying na infância. Mas, para quem vivenciou o horror do tiroteio, está é uma explicação simples demais para um caso que se assemelhou mais a um surto psicótico.
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