O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou nesta quarta-feira (16) uma carta ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) em que diz estar convencido de que é necessário “consolidar um forte enfrentamento político com o governo”.
Lula escreveu a correspondência à mão, da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril de 2018. Ele cumpre pena após condenação a 12 anos e 1 mês de prisão, em segunda instância, por corrupção e lavagem de dinheiro.
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O deputado ficou ainda mais conhecido por ter cuspido no hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL) - então deputado federal -, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. A cusparada rendeu a Wyllys uma advertência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que chegou a cogitar a suspensão de mandato.
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A carta de Lula é uma resposta a um “presente” de Wyllys. O parlamentar enviou recentemente ao petista seu último livro “Tempo bom, tempo ruim”. A obra, de acordo com sinopse da editora Travessa, fala sobre “assuntos que vão desde as manifestações populares de junho de 2013 até a homofobia e o racismo no futebol, passando pela telenovela, a legalização da maconha e o impacto das tecnologias da comunicação”.
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Foi a segunda carta que Lula escreveu a Wyllys da prisão. A primeira foi enviada quando ele lançou sua candidatura à reeleição para a Câmara, em 2018. No novo texto, Lula orienta o deputado a “não ceder nas suas convicções”. “Pode ter certeza que você tem na minha pessoa um companheiro que acredita, confi, e ama você”, redigiu o ex-presidente.
As cartas de Lula
As cartas do ex-presidente são o único meio de comunicação com o público externo. Como as visitas são realizadas apenas às quintas-feiras, apenas advogados do ex-presidente têm acesso a ele nos demais dias da semana. E por meio de visitas e advogados, Lula já disparou dezenas de mensagens públicas e privadas.
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Uma delas ficou conhecida por ter sido escrita como uma mensagem para a Noite de Natal, direcionada à militância que realizou organizou a Vigília Lula Livre na véspera de Natal, dia 24 de dezembro, uma segunda-feira. Ele afirmou que o tempo do governo eleito iria passar e a “verdadeira mensagem de Cristo” iria ecoar a cada Natal: “um marceneiro que foi perseguido pelos vendilhões do templo, pelos soldados e pelos promotores dos poderosos”.
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Muitas das mensagens públicas são divulgadas pelas mídias sociais de Lula. Da prisão, ele também deu orientações a aliados. Inclusive, o PT tentou divulgar no Horário Eleitoral Gratuito uma carta Lula em apoio ao candidato derrotado à presidência Fernando Haddad, o que foi proibido pelo Tribunal Superior Eleitoral.