O presidente Michel Temer disse, em entrevista no programa de estreia do apresentador Amaury Jr. na Band, na madrugada deste domingo (28), que é vítima de notícias falsas, e citou o boato de que seria satanista, propagado durante a campanha de 2010. “Houve uma época em que eles lançaram uma tese de que eu era satanista”, disse Temer. “Cultor de Satã?”, perguntou espantado o apresentador.
"Foi uma coisa brutal, tive que organizar um grupo muito grande para combater esta questão — logo eu, que sou religioso e vou à missa desde os sete anos de idade", disse. "Uma ou duas coisas pessoas colocam isso na internet e começa a se propagar, ganhar foros de veracidade. E isto é muito grave porque te atinge moralmente, religiosamente e pessoalmente".
A entrevista faz parte de uma ação do Planalto para divulgar e tentar popularizar a reforma da Previdência. Ainda neste domingo (28), o presidente será entrevistado pelo apresentador e dono do SBT, Silvio Santos. Na segunda-feira, 29, estará no programa do Ratinho, também no SBT.
O presidente também falou sobre outros temas.
Reeleição
Temer negou que queira ser candidato à reeleição, e disse que deseja uma vida mais tranquila. "Quero ser lembrado lá na frente como o sujeito que fez as reformas indispensáveis para o país."
Oposição
Michel Temer afirmou que tem sofrido uma "oposição radical", mas "curiosa", porque não há manifestações contra ele na rua. Segundo ele, isso ocorre porque a população está notando a diferença entre o que ocorreu "no passado" e o que ocorre em seu governo.
"Todo mundo percebe que eu tenho sofrido uma oposição radical, mas uma oposição curiosa: Não tem gente na rua. Você percebe que, muitas vezes, quando há movimentos contra o presidente a serem examinados pelo Congresso Nacional... Não há uma pessoa em frente ao Congresso Nacional, não há um movimento de rua. O que acontece é que o povo está percebendo o que aconteceu no passado e o que está acontecendo agora", disse.
Reforma da Previdência
Sobre a reforma da Previdência, ele disse ser mais uma necessidade que uma obsessão sua. "Precisamos já fazer uma reforma da Previdência para que mais adiante não seja necessária uma reforma radical."
A reforma, segundo ele, já está sendo absorvida pela população. "E absorvido pela população isso repercutirá no Congresso Nacional. Tenho certeza que em fevereiro vamos conseguir aprovar a reforma da Previdência", reiterou.
Temer destacou que, além de ser necessária para garantir a aposentadoria da população, há um efeito internacional significativo da aprovação da reforma da Previdência, comentando o recente rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. "O que levou a essa nota de crédito foi a história de que não vai conseguir a reforma da Previdência e isso é fundamental para o Brasil."
Legado
Ele ainda lembrou as medidas de seu governo, como a reforma trabalhista, a recuperação do "prestígio da Petrobras" e o estabelecimento do teto de gastos. "Quem é que teve coragem de estabelecer um teto para os gastos públicos? Porque o que o governante mais quer é gastar, se tiver interesses eleitorais, sem dúvida alguma, quanto mais gastar, melhor", defendeu ele.
Lava Jato
Ao ser perguntado, genericamente, sobre a Lava Jato, o presidente disse que a operação está cumprindo seu papel regularmente e que todas as instituições funcionam "com tranquilidade".
Marcela Temer
A conversa foi gravada no Palácio da Alvorada, em Brasília, e manteve o tom ameno e sem grandes provocações. Em clima descompromissado, Temer disse que seu prato preferido é arroz, feijão, batata, ovo e bife e que, "embora não seja de beber", gosta de caipirosca. Também contou como conheceu a primeira-dama, Marcela Temer, e disse ser "apaixonado, mas não ciumento".
Saúde
Sem entrar em detalhes, o presidente disse que está bem de saúde e que tem feito caminhadas regularmente. Ele disse que costuma ir do Palácio do Jaburu até o Alvorado a pé.
Gafes
Ao ser perguntado sobre uma gafe que tenha cometido, Temer lembrou que, em visita à Noruega, declarou que teria uma reunião com o rei da Suécia. “Acontece de vez em quando, mas são erros perdoáveis.”
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