Selo lançado para homenagear Dom João VI.| Foto: Flávia Pierry /Gazeta do Povo

O plenário da Câmara dos Deputados sediou, na manhã desta quarta-feira (16), evento em homenagem ao bicentenário da aclamação de D. João VI. Sem a presença de integrantes da Família Real, o evento foi esvaziado, apesar da pompa e dos diversos atos que permearam a sessão solene, incluindo o lançamento de um selo postal em homenagem ao monarca. 

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), faltou à sessão, após ficar até 1h30 desta quarta presidindo outra sessão da Casa, quando foi frustrada por falta de deputados presentes a votação de medida provisória sobre petróleo que caduca dia 30 de maio. Nova tentativa de votação da MP 811 deve ocorrer na tarde desta quarta. Mas a pauta da Câmara tem concentrado assuntos de menor relevância, já em clima pré-eleitoral, com quórum baixo.

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Representantes da Casa Imperial afirmaram que integrantes da Família Real foram convidados, mas por compromissos previamente aceitos não puderam comparecer. O príncipe D. Gabriel de Orleans e Bragança teria sido confirmado no evento e chegou a ser nominado pelos deputados antes dos discursos, mas participantes do evento afirmaram que ele precisou trabalhar. Dom Gabriel é advogado e mantém atuação na área. 

O deputado federal Evandro Gussi (PV-SP) comandou os trabalhos. Ele é o coordenador do grupo que promove as comemorações e eventos sobre o bicentenário da Independência do Brasil, em 2022. O atual momento da política brasileira pode ser pensado a partir do período imperial, para Gussi, que destacou o trabalho realizado pelos portugueses ao pensar no Brasil do futuro e desenvolver a Colônia, em um processo árduo. 

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“Só quem tem raízes pode dar bons frutos. Precisamos sim de recomposições institucionais, as instituições brasileiras não funcionam adequadamente, e a crise política e seus desdobramentos para a economia e a vida social são consequência do desarranjo institucional”, disse Gussi. “Neste momento de crise, nada melhor do que servir o Brasil. Mas ninguém serve a quem não ama, e ninguém ama a quem não conhece. Nosso trabalho tem sido de fazer os brasileiros conhecerem a história do Brasil”, disse o deputado. 

Na cerimônia, o presidente-interino dos Correios, Carlos Fortner, lançou série de selos postais com a figura de D. João VI. Será lançado um selo comemorativo por ano até 2022. A tiragem de circulação nacional é de 180 mil selos, ao valor de R$ 2,05 cada, vendidos na agência virtual dos Correios. 

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Dois deputados do Paraná tiveram posto de destaque na cerimônia. A deputada Leandre (PV), que presidiu a sessão em alguns momentos, e Luiz Carlos Hauly (PSDB). Hauly disse não acreditar na volta da monarquia, pois o povo quer eleger seus representantes. Mas elogiou os defensores e apoiadores do regime.

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“O que tinha de melhor na monarquia era a estabilidade política e econômica, e o parlamentarismo. O rei reinava, mas não governava, quem governava era o Parlamento. Nos anos de Monarquia no Brasil tivemos estabilidade política e econômica com o Parlamentarismo. Sou republicano, mas sou parlamentarista. É possível conviver. Estamos nos aproximando de grandes mudanças. Acredito que precisamos de mudanças nessa área. O Brasil de hoje precisa de reformulações”, disse Hauly. 

No evento também foi lançado o livro “D. João VI e a construção das bases do Estado Nacional”, de José Theodoro Mascarenhas Menck, lançado pela editora da Câmara dos Deputados. Ainda foram entregues prêmios a estudantes dos ensinos fundamental e médio, vencedores de concursos de desenho e vídeo sobre a aclamação de Dom João VI. 

A bandeira imperial brasileira não apareceu nos telões ou foi hasteada e o Hino da Independência não foi executado. A banda da Marinha abriu a solenidade com a execução ao vivo do Hino Nacional. Representantes do Exército acompanharam a cerimônia, mas sem proferir discursos. O embaixador de Portugal no Brasil, Jorge Cabral, foi um dos integrantes da mesa do evento.

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