O presidente eleito Jair Bolsonaro participa da cerimônia de inauguração do III Colégio da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro Percy Geraldo Bolsonaro| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse em mensagem pelas redes sociais que lamenta o anúncio feito pelos partidos PT e PSOL de que não enviarão representantes para a sua cerimônia de posse, que acontecerá em Brasília no dia 1º de janeiro.

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"Soube que PT e PSOL não comparecerão à cerimônia de posse presidencial em repúdio a mim. Lamento!", afirmou em sua conta no Twitter.

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O PT anunciou na manhã desta sexta-feira (28) que seus deputados e senadores não participarão da solenidade de empossamento do novo governo.

Segundo nota do PT, o resultado das urnas é legítimo, entretanto "isso não impede [o PT] de denunciar que a lisura do processo eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad".

O partido também afirmou que a ausência na cerimônia é um ato de resistência, em protesto a "discursos e ações que estimulam o ódio, a intolerância e a discriminação. Não aceitamos que tais práticas sejam naturalizadas como instrumento da disputa política".

O comunicado é assinado por Gleisi Hoffmann, presidente do PT e deputada federal eleita, Lindbergh Farias, líder do PT no Senado, e Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara.

PSOL

Pelo Twitter, Juliano Medeiros, presidente do PSOL, também afirmou que a bancada do seu partido vai se ausentar do evento.

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Em seu perfil pessoal no Twitter, Juliano Medeiros, presidente do PSOL, declarou: "Como é de praxe, o TSE convidou toda a bancada do PSOL para a posse do novo presidente. Mas como prestigiar alguém que despreza os direitos humanos, promete colocar o Brasil de joelhos diante dos EUA e destruir os direitos sociais? Não vamos à posse. Nossa resistência já começou".

A Executiva Nacional do partido soltou nota na mesma linha. "A posse é um ato formal da Justiça Eleitoral, mas também é um momento de festa. Mas para o PSOL não há nada a comemorar. O governo que se iniciará no próximo dia 1º tem como princípios o ódio, o preconceito, a intolerância e a violência", diz o partido.

Ato em Curitiba

No dia 1º, data da posse de Bolsonaro, apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva planejam fazer um ato em frente a sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula cumpre pena.

A assessoria do PT não confirmou se haverá a participação de parlamentares nas manifestações no dia 1º em Curitiba.

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O PT possui a maior bancada na Câmara dos Deputados: são 56 deputados federais; no Senado, elegeu quatro representantes. A atual bancada do PSOL tem seis deputados e crescerá para dez na próxima legislatura.

Não é a primeira vez que um partido de oposição boicota uma posse presidencial. Em 2014, os parlamentares de PSDB e DEM não compareceram à solenidade que deu início ao segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).