Em mais uma madrugada de ataques no Ceará, criminosos provocaram neste sábado (19) uma explosão em uma ponte de Fortaleza, e queimaram um ônibus e uma van escolar. Além das ocorrências na capital, um carro-pipa foi incendiado em Crateús, no interior do estado. Ninguém ficou ferido.
O Ceará vive uma crise de segurança desde o dia 2 de janeiro, com seguidas explosões de prédios públicos e privados, ônibus e carros.
Após 13 dias seguidos de ataques, na madrugada do dia 15 de janeiro, houve uma trégua. Quebrada logo depois, na madrugada do dia 17, quando criminosos detonaram uma bomba um poste ligado ao sistema de linha de metrô de Fortaleza.
Ao todo, foram registrados 205 ataques de facções criminosas em 46 cidades do Ceará, incluindo a capital, desde o início do ano. Forças de segurança investigam o envolvimento do crime organizado, e suspeitam que as ordens para os atos partam de dentro dos presídios.
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Os episódios começaram depois de o governador Camilo Santana (PT), reeleito para seu segundo mandato, ter anunciado que uma de suas prioridades seria endurecer as regras nas penitenciárias estaduais, cujo domínio é disputado por facções criminosas.
Desde que a onda de ataques começou, o governo estadual já anunciou um pacote de medidas para combater o crime organizado, como a convocação de policiais da reserva para reforçar o policiamento e o pagamento de recompensa a quem der pistas que levem à elucidação de crimes.
Segundo balanço divulgado neste sábado (19), 399 pessoas suspeitas de envolvimento nos atos de violência já foram detidas, de acordo com a secretaria da Segurança Pública.
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O estado também recebeu cerca de 400 homens da Força Nacional, para policiamento e vigilância de presídios, e pediu novos reforços ao ministro da Justiça, Sergio Moro, nesta semana.
Moro também autorizou a liberação de 60 vagas em presídios federais para líderes das facções cearenses que estão em presídios no estado.
Histórico
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança, o Ceará foi, em 2017, o terceiro estado do país com mais mortes violentas. A taxa foi de 59,1 mortos a cada 100 mil habitantes. À frente do estado estiveram apenas Rio Grande do Norte (68) e Acre (63,9).
Em 2018, segundo dados divulgados pelo estado, houve queda de 10,5% na taxa de homicídios entre janeiro e novembro de 2018, comparado com 2017.
Mesmo assim, no ano passado ocorreu a maior chacina da história do Ceará, com 14 mortos durante uma festa na periferia de Fortaleza, em janeiro, e a morte de seis reféns após ação policial para evitar assalto a dois bancos em Milagres, no interior, em dezembro.
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