Os empregados da Eletrobras anunciaram nesta sexta (8) paralisação de 72 horas para protestar contra a proposta de privatização da estatal e pedir a renúncia do presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior. O movimento segue exemplo de mobilização feita pelos petroleiros na semana passada, que pedia a saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente, que acabou pedindo demissão na sexta (1º) por pressões sobre a política de preços dos combustíveis.
A paralisação dos eletricitários começará no início da madrugada de segunda-feira (11) e vai até a meia-noite de quarta (13). A categoria diz que a prestação de serviços essenciais será mantida.
“Desde que assumiu o cargo, Wilson está implementando uma reestruturação que vem atingindo direitos adquiridos pelos trabalhadores, além de diminuir a capacidade de atuação das empresas [da Eletrobras] frente a seus concorrentes”, disse em nota o diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão, Wellington Diniz.
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A privatização da Eletrobras foi proposta pelo governo em 2017, alegando que a estatal precisa de injeção de capital para poder investir. O processo prevê a venda de novas ações, sem que o governo acompanhe o aumento de capital.
A proposta, porém, enfrenta dificuldades no Congresso e o mercado já não espera que a operação de aumento de capital seja concluída ainda no governo de Michel Temer (MDB).
Na nota em que anunciam a greve, os sindicatos citam estudo da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que diz que a privatização da Eletrobras pode resultar em aumento na conta de luz.
Os petroleiros também usaram os altos preços dos combustíveis para tentar atrair apoio popular para a greve, que acabou sendo encerrada depois que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) estabeleceu multas pela paralisação.