Cinco pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (29), em São Paulo e Minas Gerais. São engenheiros que prestaram serviço à Vale e atestaram a segurança da barragem em Brumadinho. As investigações apontaram o nome dos profissionais e suspeita de fraude em documentos. As informações são do G1 São Paulo.
Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça de Minas Gerais. Os mandados foram cumpridos em uma ação conjunta que reúne da Polícia Federal, Ministério Público Federal, os Ministérios Públicos Estaduais de Minas Gerais e São Paulo e as polícias Civil e Militar de Minas Gerais. A ação tem como objetivo apurar a responsabilidade criminal no caso.
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Em Minas, foram três detidos. Eles seriam funcionários da Vale diretamente envolvidos e responsáveis pela Mina do Córrego do Feijão e seu licenciamento. Em São Paulo, duas pessoas, nos bairros de Moema e Vila Mariana. Os engenheiros detidos em São Paulo são Makoto Namba e André Yum Yassuda, de acordo com informações da GloboNews. Eles são funcionários terceirizados que atestaram a estabilidade da barragem recentemente. As ordens são de prisão temporária, com validade de 30 dias, e foram expedidas pela Justiça no domingo.
A Justiça Federal em Belo Horizonte ainda expediu cinco mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos em sedes de duas empresas e residências de Nova Lima (MG) e São Paulo. Além disso, há sete mandados de busca e apreensão expedidos pela comarca de Brumadinho que foram cumpridos na região metropolitana de Belo Horizonte e na capital paulista.
Em São Paulo, a Polícia Federal também participa da operação e cumpre dois mandados de busca e apreensão em empresas que prestaram serviços para a Vale. O nome dessas empresas não foi divulgado.
Após o rompimento da barragem, na sexta-feira (25), foram levantadas hipóteses sobre a validade dos laudos que atestaram a sua segurança. A barragem da Mina Córrego do Feijão não recebia novos rejeitos de minério desde 2015 e seria desativada definitivamente. Em dezembro, foi obtida a licença para o reaproveitamento dos rejeitos e o encerramento das atividades.
A investigação deve apurar se os documentos que aferiram a segurança da barragem foram fraudados ou se houve negligência no processo de vistoria.
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Tragédia
A barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, rompeu na sexta-feira (25) e a lama varreu a cidade. Até o momento, foram contabilizados 65 mortos e 279 pessoas ainda estão desaparecidas.
Essa barragem é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto.
Pelos números 0800 285 7000 (Alô Ferrovia - prioritário) e 0800 821 5000 (Ouvidoria da Vale), a mineradora está recebendo informações sobre sobreviventes encontrados e desaparecidos, além de solicitações de apoio emergencial (abrigo, água, cesta básica, roupa, medicamento, transporte etc.).
Os contatos também servem para o cadastro de interessados em prestar apoio aos atingidos pelo rompimento da barragem. Para doações, o endereço indicado é o do Centro Comunitário Córrego do Feijão (Estr. para Casa Branca, Brumadinho - MG, 35460-000).
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Alimentos não perecíveis, água e materiais de limpeza podem ser doados nos seguintes locais: 18º Batalhão da PM de Contagem, 2º Batalhão de Bombeiros de Contagem, 66º Batalhão da PM de Betim e 5º Batalhão da PM da Gameleira, em Belo Horizonte. Já doações de materiais de socorro não são mais necessárias, segundo os bombeiros.
O Disque 100, do governo federal, também abriu um canal especial para que os atingidos pela tragédia possam solicitar ajuda na busca de desaparecidos ou denunciar violação de direitos. As demandas são encaminhadas aos órgãos competentes, principalmente nas situações de socorro.
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