Ao nomear o delegado Fernando Segóvia para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal nesta quarta-feira (8), o presidente Michel Temer (PMDB) ignorou a lista tríplice elaborada no ano passado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), que era encabeçada pela delegada Erika Marena, então integrante da Lava Jato em Curitiba. A lista foi elaborada pela entidade com o objetivo de proteger a operação, que investiga diversos políticos do país, incluindo o próprio presidente da República.
O ex-diretor-geral da PF, Leandro Daiello, foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2011 e havia dito que deixaria o cargo após as Olimpíadas, em 2016, mas resistiu no posto essa quarta.
Mais votada na lista tríplice, Erika Marena atuava em Curitiba e esteve nas investigações da Lava Jato desde sua deflagração, em 2014. Foi ela, inclusive, a responsável por batizar a operação, que começou investigando o dono de um posto de combustíveis em Brasília. Atualmente, a delegada atua em Santa Catarina e se afastou das investigações da Lava Jato.
“A indicação do diretor-geral por meio da lista tríplice é considerada um passo fundamental no sentido da autonomia da Polícia Federal, além de garantir a continuidade de operações importantes, como Lava Jato e Zelotes”, disse a ADPF, em nota, em maio do ano passado, quando a lista foi entregue ao ex-presidente.
Além de Erika, faziam parte da lista tríplice da associação os delegados Rodrigo de Melo Teixeira e Marcelo Eduardo Freitas.
Para escolher Segóvia, Temer se baseou em outra lista tríplice, elaborada pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim. A lista, segundo a Folha de S. Paulo, teria sido assinado por cinco entidades ligadas à corporação. Além Segóvia, constavam no documento os nomes de Rogério Galloro e Luiz Pontel de Souza. Os dois eram mais próximos a Daiello.
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