O procurador da República e integrante da força-tarefa da Lava Jato, Carlos Fernando Lima, usou as redes sociais na madrugada deste domingo (11) para criticar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de absolver a chapa Dilma-Temer das acusações de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. Segundo Lima, “está em jogo o país que queremos ser”.
“O medo não pode prevalecer. Estamos sendo governados por uma plutocracia corrupta há décadas. Ela corrói nossos sonhos de um país melhor, levando a descrença do futuro”, segue o procurador. Lima conclui sua postagem apostando no combate à corrupção. “Temos que acabar com a corrupção para termos uma democracia limpa e uma política preocupada com o interesse de todos, e não apenas de alguns”, conclui o procurador.
Na sexta-feira (9), o TSE absolveu a chapa Dilma –Temer por 4 votos a 3. O Ministério Público Eleitoral ainda pode recorrer da decisão, no prazo de três dias.
Pouco depois da decisão, ainda na sexta-feira (9), Lima já havia se manifestado nas redes sociais dizendo que os acontecimentos no TSE devem servir para despertar a força cívica da sociedade. “Eles não venceram realmente, mas apenas se revelaram nos seus interesses mesquinhos. [...] Vamos todos lutar para que não consigam esmagar nossa esperança de um Brasil melhor”, disse o procurador.
Após a vitória no TSE, Temer declarou guerra à Lava Jato. O presidente chegou a ser acusado de mandar Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigar o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele nega que tenha acionado a agência.
A presidente do STF, Carmen Lúcia, saiu em defesa do colega. A ministra afirmou, em comunicado oficial, ser “inadmissível” a possibilidade de um integrante do Supremo Tribunal Federal, a mais alta Corte do país, ser alvo de investigação da Abin. Cármen Lúcia disse que o STF “repudia, com veemência, espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça”.
O procurador geral da República, Rodrigo Janot, alertou, em nota, para o suposto uso do “aparato do Estado para intimidar a atuação das autoridades”. “É com perplexidade que se toma conhecimento de suposta utilização do aparato estatal para desmerecer um membro da mais alta corte do país, que tem pautado sua atuação com isenção e responsabilidade”, afirmou.
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