Com a revelação de mais denúncias contra a sua filha Cristiane Brasil, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, disse que a indicação dela para o Ministério do Trabalho “está nas mãos de Deus”. “Não falo mais sobre o assunto”, disse à reportagem quando perguntado se manteria a decisão de indicar a deputada federal.
No sábado (3), no entanto, ele defendia abertamente a nomeação da filha e ressaltava que ela não sairia do episódio como “bandida”. A mudança de postura também ocorreu no Palácio do Planalto. O aumento do desgaste sofrido pela parlamentar fez com que auxiliares presidenciais passem a avaliar, em conversas reservadas, a possibilidade de nomeação de outro nome do PTB.
Para eles, o tema, que antes era discutido apenas na esfera trabalhista, ganhou maior gravidade com a revelação de que a parlamentar é investigada por suspeita de associação ao tráfico de drogas durante a campanha eleitoral de 2010.
Além disso, no domingo, o programa Fantástico, da TV Globo, mostrou que Cristiane foi flagrada ameaçando servidores públicos para conseguir votos na sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2014.
Substituição
A aposta do entorno do presidente é de que o próprio Roberto Jefferson desista da indicação para evitar que a filha seja alvo de novas acusações, que poderão afetar a sua reeleição ao cargo. O principal nome discutido na bancada do partido, caso a deputada federal desista do cargo, é o de Alex Canziani (PR).
Leia também: Ex-ministro que bateu de frente com Geddel Vieira Lima quer voltar à política
Apesar da mudança de percepção na equipe presidencial, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, saiu em defesa da parlamentar nesta segunda-feira (5). Segundo ele, o governo federal continuará a insistir na nomeação dela junto ao Supremo Tribunal Federal e não solicitará ao PTB que faça outra indicação. Na opinião dele, “não existe nada que efetivamente denigra o nome da parlamentar”. “Há momentos em que um governo deve se dispor a fazer aquilo que não é mais fácil, mas o que é necessário”, disse.
Questionado se valia a pena o desgaste e se o governo estaria fazendo isso por causa dos votos do partido para a reforma da Previdência, o ministro disse que o partido de Roberto Jefferson já deve dar a maioria dos votos a favor da reforma. “Os votos do PTB (para a Previdência) não são fatores marcantes para nossa decisão (de manter nomeação da ministra).”
Vídeo no barco
Cristiane foi condenada por dívidas trabalhistas, e a Justiça Federal em Niterói (RJ) suspendeu sua posse sob o argumento de que ela não atende ao requisito de moralidade administrativa para o cargo. Na semana passada, a deputada federal fez sua defesa própria contra a condenação na Justiça do Trabalho a bordo de um barco. Na gravação, ela permitiu que desconhecidos, que estavam sem camisa, opinassem sobre o tema.
Acordos com governo e oposição dão favoritismo a Alcolumbre e Motta nas eleições no Congresso
Rússia burla sanções ao petróleo com venda de diesel e Brasil se torna 2º maior cliente
A classe média que Marilena Chauí não odeia: visitamos a Casa Marx, em São Paulo
A “pedalada” que pode levar à queda de Lula. Leia na Gazeta Revista
Deixe sua opinião