Euforia nas mensagens do 7 de Setembro em Brasília destoa do momento do governo

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A crise que envolve a gestão de Michel Temer (PMDB) passa longe das mensagens do governo deste 7 de Setembro, espalhadas pela Esplanada dos Ministérios. No alto de 17 prédios dos ministérios enormes painéis, com  texto e imagem, mostra outro Brasil. Um misto de euforia e ufanismo e outros apelos. Tudo pronto para o desfile desta quinta-feira (7).

O tema deste ano é "Viva sua independência". Os painéis trazem mensagens como "Viva seus momentos", que traz a foto de um menino num skate. Outro, recomenda que "Viva seus sonhos", onde uma mulher aparece entre flores. Num país que passa por uma crise com suas ciências, por falta de dinheiro para pesquisas, a propaganda engana: "Viva suas ideias", mostra a imagem de uma cientista num laboratório. 

O painel com o "Viva suas vitórias" traz a imagem de um jogador da seleção brasileira num chute estiloso. No fundo de todo painel tem o 7 de Setembro. E a associação seleção e o numeral 7 não combina. Não traz boa lembrança. Os 7 a 1 da Alemanha estão engasgados. 

No seu material de divulgação da data histórica, o Palácio do Planalto celebra que é a partir dessa data que "nos consolidamos enquanto Nação e nos fortalecemos enquanto povo".

E segue uma explicação que parece justificar os motivos dos painéis: "É data que representa nossa gente guerreira, trabalhadora, destemida, batalhadora, livre, criativa, que supera qualquer adversidade, acredita no futuro, nunca desiste, tem orgulho da sua terra e da sua identidade e que enxerga em cada alvorecer a esperança". 

E vem o ufanismo. "É nesta data que mostramos que somos fortes, vibrantes, felizes, orgulhosos, radiantes e mais brasileiros". 

Rotina alterada

O 7 de Setembro em Brasília altera a rotina dos brasilienses. As arquibancadas espalhadas pela Esplanada, para um público estimado de até 35 mil pessoas assistindo ao desfile, levam quase dois meses para serem levantadas. E invadem locais como ponto de ônibus e reduzem espaço de circulação de carros na rua. O público senta na arquibancada de madeira. No camarote das autoridades há cadeiras de plástico unitárias.