Ex-funcionário de uma empresa transportadora de valores, Wilson Francisco Alves disse à Polícia Federal que entregou dinheiro no escritório de José Yunes, ex-assessor especial e amigo próximo do presidente Michel Temer, informou a Globonews. Na semana passada, a Folha de S.Paulo mostrou que o policial militar Abel de Queiroz, que trabalhava na mesma empresa, disse que o escritório era ponto de entrega de dinheiro.
Os depoimentos constam de inquérito que apura o pagamento, pela Odebrecht, de R$ 10 milhões supostamente acertados por Temer com a empreiteira no Palácio do Jaburu, durante a campanha de 2014. A Lava Jato suspeita que os valores tenham sido pagos de maneira irregular. Queiroz citou o nome de Alves aos investigadores e disse ter ido ao menos duas vezes ao escritório de Yunes para fazer entregas de dinheiro.
De acordo com a reportagem, Alves tem certeza sobre o endereço de Yunes, pois, depois de ficar sabendo sobre as suspeitas da Lava Jato, “decidiu retornar com os colegas da Transnacional aos endereços citados pela Polícia Federal, para ter certeza de que efetivamente foram feitas entregas naqueles endereços”.
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Queiroz e Alves trabalhavam na Transnacional, firma de transporte de valores contratada por empresas alvo da Lava Jato, entre elas a Odebrecht.
Até agora, Yunes admite apenas uma operação, na qual teria atuado como "mula involuntária" (entregador) do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para o repasse de um pacote que continha dinheiro, mas cujo conteúdo alega desconhecer. O presidente Michel Temer afirmou que não comentará o assunto. A reportagem também procurou as defesas de Yunes e Padilha, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
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