O delator Hilberto Mascarenhas, da Odebrecht, declarou que o publicitário Duda Mendonça pediu um apartamento à empreiteira como forma de receber pela campanha de 2014 do candidato ao governo de São Paulo, pelo PMDB, Paulo Skaf. No início deste mês, o marqueteiro fechou acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato.
Hilberto declarou ao Ministério Público Federal que era contra o marqueteiro ir na Odebrecht buscar a participação da ajuda que ele deu a um determinado político.
“Eu defendia o seguinte: eu dou o dinheiro ao político que me pediu. Ele que pague o marqueteiro dele. Eu não preciso interpor o marqueteiro dele na relação comigo. Até porque tratar com essas figuras é complicado”, afirmou.Segundo o delator, os marqueteiros não têm um raciocínio financeiro.
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“Duda tinha um dinheiro para receber da campanha do Paulo Skaf, em São Paulo, ele queria um apartamento. Isso não existe. Como é que eu compro um apartamento, boto no ativo da empresa e depois lhe transfiro a custo de quê? Mas ele queria e não abria mão. Se o senhor não me der, eu vou falar com fulano, ciclano para poder você fazer do jeito que eu quero. Eu disse: Duda, você pode falar com Deus, eu não vou fazer. Não é que eu não quero fazer, não é viável fazer. Tratar sobre finanças com marqueteiro e com médico é você sair perdendo”, narrou.
Duda Mendonça é alvo da Lista de Fachin – alentado pacote de inquéritos e petições de investigações criminais determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato. Marqueteiro da campanha vitoriosa de Lula à Presidência em 2002, o publicitário envolveu-se no escândalo do Mensalão em 2005, mas em 2012 acabou absolvido pelo STF.
Com a palavra, Duda
A reportagem não localizou o marqueteiro Duda Mendonça nesta sexta-feira, 14. O espaço está aberto para sua manifestação.
Com a palavra, Paulo Skaf
“Todas as doações recebidas pela campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo. Paulo Skaf nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas.”
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