O ex-diretor da Petrobras Renato Duque afirmou, nesta sexta (9), que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster sabia de propinas na Petrobras e que chegou a ter a promessa de que receberia US$ 1 milhão em vantagens indevidas num contrato da estatal.
“Ela me chamou no gabinete e disse o seguinte: ‘eu sei o que foi feito, eu sei que é feito e sei que tem que ser feito. Eu só não sei fazer. Eu preciso da sua ajuda para que isso aconteça’”, afirmou Duque, durante depoimento ao juiz Sergio Moro.
A conversa teria ocorrido na época em que Graça estava na diretoria de Gás e Energia. Ele não deu detalhes sobre a data.
Preso pela Operação Lava Jato há pouco mais de dois anos, Duque tenta fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público, sem sucesso. Nos depoimentos à Justiça, ele vem admitindo espontaneamente ter recebido propina, sem benefícios.
“Hoje eu tenho consciência de que cometi esses crimes. Me arrependo”, disse o ex-diretor.
Sobre a ex-presidente, Duque ainda afirmou que, por volta de 2012, intermediou um acordo de propina com a multinacional Saipem, que era fornecedora da Petrobras.
Segundo ele, ficou combinado que, em troca de dois contratos, a empresa pagaria US$ 2 milhões em propina –metade para José Eduardo Dutra, então presidente da Petrobras, e outro milhão para Graça.
O dinheiro, porém, nunca chegou a ser pago – os emissários da Saipem ficavam “empurrando a dívida com a barriga”, segundo Duque. “Quando veio a Lava Jato, eu dei isso aí como perdido”, afirmou o ex-diretor.
Outro lado
A reportagem não conseguiu contato com Graça Foster nesta sexta (9). Em ocasiões anteriores, ela não quis se pronunciar a respeito das suspeitas.
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