Equipe do presidente eleito anunciou nome do presidente do BC| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O economista Roberto Campos Neto, do Santander, será o presidente do Banco Central do governo de Jair Bolsonaro. O atual secretário do Tesouro, Mansueto de Almeida, continuará no cargo. As duas informações foram confirmadas por integrantes da equipe de transição de Bolsonaro. Ambos já aceitaram o convite feito pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

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A opção por Campos Neto foi feita depois que o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, confirmou que deixará a instituição até o final do ano. Ele era a principal aposta da equipe econômica de Bolsonaro.

Em relação a Mansueto, havia a dúvida se ele toparia continuar como secretário do Tesouro. O nome dele também era cotado para assumir uma nova secretaria da Fazenda, que pode ser criada na estrutura do ministério que Guedes chefiará.

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Campos Neto, como o nome indica, é neto do também economista Roberto Campos, ministro do Planejamento durante o governo do marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967) e um dos maiores expoentes do pensamento liberal no Brasil.

O executivo é respeitado no mercado financeiro por seu perfil técnico, mas não é um nome muito conhecido. Para alguns economistas, uma questão que terá de ser observada será a sua capacidade de se adequar ao setor público, tendo em vista que sempre ocupou cargos privados.

Reação do mercado financeiro

O mercado financeiro não deve reagir de forma negativa à decisão do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, de deixar o cargo no governo de Jair Bolsonaro (PSL), estima o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Na sua avaliação, a política monetária nacional está sob controle, com as expectativas de inflação devidamente ancoradas, o que garante previsibilidade aos agentes econômicos.

Como o anúncio ocorreu nesta quinta-feira (15), um feriado nacional, a reação do câmbio e da Bolsa deve ser protelada para esta sexta-feira (16), quando o mercado opera normalmente.

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Além disso, a tendência é que o próximo presidente do BC mantenha um perfil técnico, não político, conforme já sinalizou Paulo Guedes, futuro ministro da Economia.

“Por mais que o Ilan Goldfajn não tenha aceitado permanecer no cargo e isso, eventualmente, cause alguma reação negativa pontual, a essência é que está tudo sob controle na política monetária”, avalia Agostini.

“E não preocupa quem será o próximo presidente devido às manifestações do governo eleito de que a gestão será técnica. É questão de tempo para conhecermos esse nome”, complementa.

Ilan rejeitou por motivos pessoais

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Goldfajn não aceitará o convite de permanecer à frente da autoridade monetária por motivos pessoais. Os mais cotados pela equipe de transição do governo para substituí-los são o diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, e o diretor do Santander, Roberto Campos Neto, para ocupar o cargo.

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Agostini admite que causa alguma estranheza a saída de Goldfajn. Isso porque, nos bastidores, a leitura era de que a eventual autonomia do BC, defendida por Guedes e Bolsonaro, e que pode ser votada no Congresso, poderia abrir espaço para Goldfajn ficar no cargo.

“Nesse contexto, soa um pouco estranho ele não ter aceitado. Mas é difícil opinar sobre a mensagem que sua saída passa, pois não sabemos a real motivação para não ter aceitado o convite. Isso pode gerar um pouco de especulação”, diz Agostini.

Ainda assim, o economista-chefe da Austin Rating minimiza a tendência de reações pessimistas duradouras no mercado financeiro. “Acredito que o próximo presidente do BC será técnico e a austeridade monetária será mantida. Isso é o mais importante”, reitera.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]