Marielle Franco, assassinada em 14 de março: página ligada ao MBL promoveu afirmações infundadas sobre a vereadora.| Foto: Renan Olaz/CMRJ

O Facebook tirou do ar a página Ceticismo Político, que distribui versões distorcidas de notícias.

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Recentemente, a página – ligada ao grupo de direita Movimento Brasil Livre (MBL) – se notabilizou por promover, em tom de apoio, afirmações infundadas de uma desembargadora que associou a vereadora assassinada Marielle Franco ao tráfico de drogas. Posteriormente, a magistrada disse que se precipitou ao falar sobre o assunto.

A remoção da página da rede social ocorreu na tarde deste sábado (24). A página no Facebook era administrada por Carlos Augusto de Moraes Afonso, que usava os perfis falsos Luciano Ayan e Luciano Henrique Ayan, também removidos da rede social.

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Afonso é sócio de Pedro Augusto Ferreira Deiro, o Pedro D’Eyrot, um dos fundadores do MBL, na empresa Yey Inteligência Ltda.

O texto sobre os ataques da magistrada contra Marielle foi compartilhado mais de 360 mil vezes, inclusive pelo MBL, que posteriormente apagou a publicação.

O Facebook afirmou em nota que os “padrões da comunidade não permitem perfis falsos” e que contam com sua comunidade para denunciar contas assim. “Páginas administradas por perfis falsos também violam nossas políticas”, segundo a nota do Facebook.

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A publicação sobre a desembargadora Marilia Castro Neves, levada ao ar em 16 de março pelo Ceticismo Político, usou conteúdo da coluna Mônica Bérgamo, da Folha de S.Paulo.

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A Yey Inteligência Ltda foi fundada em 26 de setembro de 2017, com sede em São Paulo, e tem o nome fantasia Nox. A empresa mantém, segundo registro no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), “atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica”.

Outro lado

Em nota publicada no Ceticismo Político, Carlos Afonso disse que usou pseudônimos para “criar uma base de conhecimento e auxiliar as pessoas sem transformar tudo em uma atividade principal. Ainda assim, o site [Ceticismo Político] passou a ser monetizado em meados de 2017”.

Ao jornal “O Globo”, em publicação na sexta-feira (23), integrantes do MBL disseram não conhecer Luciano Ayan, o perfil falso de Carlos Afonso. À reportagem, Carlos Afonso disse que resolveu assumir sua identidade para “evitar problemas”. Ele preferiu não responder se é sócio do fundador do MBL Pedro D’Eyrot.

A reportagem telefonou para Pedro D’Eyrot, mas foi informada que ele estava em reunião. Em novas tentativas, o telefone estava desligado e foram deixados recados na caixa de mensagens.

Também foram tentados contatos com os líderes do MBL Kim Kataguiri e Renan Santos, que também não atenderam.

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