O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), disse em entrevista à GloboNews que a família dele tem recebido ameaças. Ele pediu providências à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e à Polícia Federal.
“Uma das preocupações que tenho não é só com julgamento, mas também com segurança de membros de minha família. Tenho tratado desse tema e de ameaças que tem sido dirigidas a membros da minha família”, disse Fachin, em trecho do vídeo disponibilizado pelo portal G1. A entrevista será veiculada nesta terça-feira (27), no programa Roberto D’Avila, às 21h30.
O ministro não especificou de quem ou de onde vêm as ameaças. Segundo Fachin, “algumas providências que solicitei à presidente e a PF por intermédio da delegada que trabalha aqui no tribunal já estão sendo adotadas”. “Nem todos os instrumentos foram agilizados, mas eu efetivamente ando preocupado com isso e esperando que não troquemos fechadura de uma porta já arrombada também nesse tema.”
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Na semana passada, Fachin votou pelo “não conhecimento” do pedido de habeas corpus preventivo da defesa do ex-presidente Lula. Ele também votou contra a suspensão da sessão do Supremo que apreciava o HC do petista e contra a liminar pedida pela defesa de Lula que lhe conferiu um salvo-conduto.
Fachin construiu sua carreira no Paraná e é membro do Supremo desde 2015. Ele assumiu a relatoria dos casos da Lava Jato após a morte de Teori Zavascki em um acidente aéreo no início de 2017.
Não é a primeira situação do tipo envolvendo a Lava Jato neste ano. Em janeiro, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) Carlos Eduardo Thompson Flores disse que juízes tiraram suas famílias do Rio Grande do Sul por causa de ameaças. A corte regional, com sede em Porto Alegre, é a responsável por casos da operação na segunda instância.
A OAB do Paraná divulgou uma nota de repúdio em que considera “gravíssimas e inaceitáveis” as ameaças realizadas contra o ministro Edson Fachin e sua família. “A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Paraná repudia – de forma veemente – as ameaças que constituem em si um ataque à própria democracia e tem a certeza de que a Polícia Federal adotará todas as medidas necessárias para proteger a integridade física do magistrado e seus familiares, impedindo qualquer prejuízo para a sociedade brasileira.”
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