O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos casos da Operação Lava Jato na corte, homologou na semana passada um acordo de delação premiada fechado entre o ex-deputado Pedro Corrêa e o Ministério Público Federal.
Segundo a reportagem apurou, o acordo, que está sob sigilo, seguiu do Supremo para a Procuradoria-Geral da República, que analisará quais informações servirão de base para pedidos de abertura de inquérito. Ainda não houve pedido da PGR para tirar o sigilo do caso.
Ex-deputado pelo PP de Pernambuco e ex-presidente de seu partido, Corrêa foi o primeiro político a decidir delatar e negociava um acordo de colaboração desde 2015. Em março do ano passado, a Folha de S.Paulo noticiou que ele se propôs a delatar o ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes e políticos como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles negam irregularidades.
Em outubro do ano passado, o então relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, enviou o caso de volta ao Ministério Público para que fossem feitos ajustes – à época, não foram divulgados detalhes. Segundo a reportagem apurou na ocasião, um dos problemas era a ausência de documentos que corroborassem os fatos relatados por Corrêa.
Agora, Fachin fez a homologação, um procedimento que analisa aspectos formais do acordo, sem juízo de valor sobre a veracidade dos relatos.
Corrêa foi condenado em outubro de 2015 a 20 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A sentença foi uma das mais duras do juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em Curitiba. Hoje, o ex-deputado está em prisão domiciliar, devido a problemas de saúde.
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