O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin marcou para o dia 28 de agosto o depoimento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, na ação em que ambos são réus sob a acusação de terem recebido dinheiro irregular na campanha ao Senado em 2010. Teria sido repassado R$ 1 milhão do esquema de desvios de recursos da Petrobras.
A ação contra Gleisi, que também é presidente do PT, é a mais adiantada no STF dentro da Lava Jato. Depois do depoimento dos réus, lista que também inclui o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, serão abertos os prazos para alegações finais. Na sequência, Fachin redigirá seu voto. Ele será revisado pelo ministro Celso de Mello, que pedirá o agendamento do julgamento na Segunda Turma da Corte. Não há prazo para o julgamento ser marcado, mas interlocutores de Fachin estimam que o julgamento pode sair até dezembro.
Na defesa apresentada ao STF, os acusados negam envolvimento em irregularidades e alegam falta de provas e mudanças nas versões apresentadas nas delações usadas na denúncia. Na ação, foram colhidos depoimentos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, que estavam entre as testemunhas de defesa.
A denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República foi acolhida em setembro do ano passado ainda pelo ministro Teori Zavaski. A acusação é baseada nas delações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, que teria feito a operação de pagamento com ajuda do advogado Antonio Carlos Pieruccini – que sustenta ter pego o dinheiro do doleiro em São Paulo para entregá-lo em Curitiba a Ernesto Kugler Rodrigues.
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