| Foto: Gabriel Rosa/Gazeta do Povo

Na greve geral com maior adesão neste século no Brasil, os serviços de transporte público não funcionam ou operam com restrições nas grandes capitais brasileiras. Há bloqueios em rodovias e avenidas de várias cidades, e há registros de confrontos entre manifestantes e polícia, principalmente no Rio de Janeiro.

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A greve geral foi convocada pelas centrais sindicais brasileiras em protesto contra a reforma trabalhista -- que, na visão dos sindicatos, retira direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) -- e da Previdência.

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A aprovação da reforma trabalhista -- incluindo o fim do imposto sindical -- contribuiu para a força do movimento. Além disso, trata-se da primeira paralisação geral em muitos anos apoiada pelas duas principais centrais do país, a CUT, ligada ao PT, partido que governou o país de 2003 a 2016, e a Força Sindical, vinculada ao Solidariedade, partido da base de apoio do governo Michel Temer.

A adesão é maciça em categorias com sindicatos tradicionalmente fortes, como servidores públicos, professores, bancários e metalúrgicos. No Twitter, #BrasilEmGreve é hashtag mais comentada no mundo.

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As centrais sindicais informam que irão conceder entrevista coletiva à imprensa às 15 horas, em São Paulo, para avaliar a greve geral.

Veja a situação em algumas das principais cidades do país.

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São Paulo

Ônibus e trens (que ligam a capital a cidades da região metropolitana) não operam nesta sexta-feira. O metrô funciona parcialmente. O prefeito João Dória -- que se manifestara, em 2015, em redes sociais, a favor de uma greve geral contra o governo da petista Dilma Rousseff -- chamou a greve de “partidária” e “ideológica”. Há lentidão na rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, na região de Embu das Artes, por conta de manifestações. Também há bloqueios em avenidas da capital, como a Ipiranga, importante via de acesso às rodovias que ligam a capital à Baixada Santista. Nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, há poucos registros de voos cancelados, segundo os sites da Infraero e da concessionária GRU Airport.

Rio de Janeiro

Protestos bloqueiam diversas avenidas da cidade. Na avenida Rodrigues Alves, na região da rodoviária Novo Rio, a polícia usou bombas para tentar liberar a pista. Houve bloqueios na ponte Rio-Niterói, na Linha Vermelha (uma das principais vias expressas cariocas) e em rodovias como a Niterói-Manilha e a Rio-Santos, na região de Angra dos Reis. Por outro lado, concessionárias informam que estão funcionando trens, metrô e as linhas de ônibus (algumas com registros de atrasos). Os aeroportos do Galeão e Santos Dumont também operam. No Santos Dumont, porém, houve confrontos entre manifestantes e taxistas.

Brasília

O correspondente Evandro Éboli relata que a expectativa de protestos com milhares de participantes fez com que Polícia Militar, Força Nacional de Segurança e Polícia Legislativa do Congresso Nacional fechassem acessos ao Congresso Nacional, ao Itamaraty e ao Palácio do Planalto. A visitação ao Congresso foi suspensa desde o início da semana e, desde a tarde desta quinta (27), está proibido pisar no gramado em frente à Câmara e ao Senado. O Congresso funcionará normalmente, mas somente parlamentares e credenciados poderão entrar no prédio.

Outras cidades

Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Florianópolis, Blumenau, Chapecó, Manaus e Goiânia são algumas das cidades em que o sistema de transporte público não funciona. Em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, um motociclista morreu ao ser atropelado por um furgão que tentava furar um bloqueio de manifestantes na BR-101. Em Natal, um homem foi baleado durante protestos.