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| Foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP

O desembargador aposentado Lauro Pacheco de Medeiros Filho, pai de Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), diz que “falta qualidade moral e intelectual” ao tucano. Fred foi preso na Operação Patmos na quinta-feira (18), após ser filmado buscando uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS, supostamente a pedido de Aécio.

Nesta segunda-feira (22), o pai de Fred usou a internet para desabafar e atacar Aécio. “Aécio: meu filho Frederico Pacheco de Medeiros está preso por causa de sua lealdade a você, seu primo. Ele tem um ótimo caráter, ao contrário de você, que acaba de demonstrar, não ter, usando uma expressão de seu avô Tancredo Neves, ‘um mínimo de cerimônia com os escrúpulos’.”

Medeiros escreveu, ainda: “Falta-lhe, Aécio, qualidade moral e intelectual para o exercício do cargo que disputou de presidente da República. Para o bem do Brasil, sua carreira política está encerrada.”

Ao telefone, repetiu o desabafo e, com voz embargada, disse que a família está chocada com a forma com que Aécio referia-se ao primo nas gravações.

O trecho sobre quem seria o responsável para retirar o dinheiro da propina da JBS foi o que mais “incomodou” Medeiros e a família. “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação...Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara”, disse Aécio na conversa com Joesley Batista.

Segundo a investigação, a propina acertada entre dono da JBS e Aécio era de R$ 2 milhões. A investigação aponta que, em pelo menos duas ocasiões, Fred foi pessoalmente à sede da JBS para buscar parte da propina acertada para o primo.

No texto publicado nas redes sociais, Lauro Pacheco de Medeiros Filho seguiu. “Vejo agora, Aécio, que você não faz jus à memória de seu saudoso pai o deputado Aécio Cunha.”

Outro lado

A reportagem procurou o senador para ouvi-lo sobre a mensagem do seu tio. Nesta segunda, o senador divulgou nota em que diz que “o diálogo se deu numa relação entre pessoas privadas, no qual o senador solicitou apoio para cobrir custos de sua defesa, já que não dispunha de recursos para tal.”

No comunicado, o senador ainda lamenta os “termos inadequados que usou na conversa gravada”. “Já tendo se manifestado diretamente junto a cada um dos companheiros e autoridades mencionados.”

Na mesma nota, senador Aécio afirma que lutará também, pelos meios legais, para que a injustiça cometida contra sua irmã e seus familiares seja reparada e revertida o mais rapidamente.”

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