Protestos contra o presidente Michel Temer (PMDB) tomaram as ruas de pelo menos 12 capitais brasileiras neste domingo (21). De feijoada a panelaço, os manifestantes buscaram demonstrar a insatisfação com a atual situação do presidente. Em algumas capitais, pancadas de chuva resultaram numa baixa adesão aos protestos, que contaram com a participação de movimentos sociais e centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, os participantes do ato contrário a Temer fizeram uma feijoada em frente ao prédio onde mora o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), no bairro de São Conrado. A refeição dos manifestantes cariocas foi distribuída em ironia à feijoada oferecida pelo presidente Michel Temer a aliados políticos neste sábado (20), logo após pronunciamento realizado em Brasília. Cerca de 200 pessoas participaram do ato.
São Paulo
Em São Paulo, o ato foi marcado pela persistência das centenas de manifestantes, que, debaixo de chuva, chegaram a fazer manifestações com instrumentos musicais nos arredores do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Grupos contrários ao presidente Michel Temer ocuparam a Avenida Paulista, onde choveu durante todo o dia. Representantes de grupos sindicais se concentraram em cima de um caminhão de som.
Na capital paulista, o ato deste domingo foi convocado pela Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo. Grupos que apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff, como Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, chegaram a marcar protestos, mas desistiram. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, participou do ato.
Veja os principais discursos e opiniões de manifestantes no protesto de São Paulo.
Brasília
A concentração na capital federal começou no fim da manhã em frente à Biblioteca Nacional. O público era formado, principalmente, por integrantes de centrais sindicais e partidos de esquerda que pediam eleições diretas.
Porto Alegre
Logo no começo da tarde, os manifestantes se reuniram no Parque da Redenção e começou passeata pela região central da cidade.
Salvador
Na capital baiana, a manifestação que pediu a saída do presidente Michel Temer e eleições diretas começou por volta das 13h na Praça do Campo Grande, centro da cidade. Dali, o grupo seguiu em passeata pelo Corredor Vitória com destino ao Farol da Barra, na orla. Centrais sindicais e movimentos populares participaram do protesto.
No ato, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que é grave o momento político do País. Ela afirmou que não é hora de falar em nomes, mas de aprovar uma PEC para garantir que o povo escolha um novo presidente. “Temos projeto de eleições diretas, porque compreendemos que a crise, do jeito que ela se instalou no Brasil, precisa de participação popular, repactuação com o povo brasileiro em torno de um programa mínimo. É preciso que as ruas possam ajudar a definir esse campo”, disse a parlamentar.
Belo Horizonte
O protesto convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) reuniu cerca de 1,2 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, na Praça da Liberdade. Outros atos ocorreram em Uberlândia e Juiz de Fora. Em Uberlândia, a ocupação Fidel Castro, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), esteve presente.
João Pessoa
A orla da capital da Paraíba começou a receber os primeiros manifestantes de movimentos sociais logo pela manhã, com concentração no Busto de Tamandaré, Praia de Tambaú.
Natal
O movimento na capital do Rio Grande do Norte foi convocado por movimentos sociais e líderes de entidades sindicais. Eles se concentraram na Praça das Flores, por volta de 9h, pedindo a renúncia de Temer. Segundo os organizadores do evento, mais de 2 mil pessoas desceram a Ladeira do Sol em defesa de “diretas já”.
Belém
No Pará, a concentração ocorreu na praça da República, centro da capital. Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de movimentos sociais discursaram no local portando cartazes e bandeiras vermelhas contra o Michel Temer.
Fortaleza
Na capital cearense, os manifestantes se reuniram por volta das 15h no Aterro da Praia de Iracema. Outro ato teve início às 17 horas com cerca de 5 mil pessoas na Beira Mar, segundo os organizadores do evento. Em Crato, o ato se concentrou na Igreja Seminário São José.
Recife
Na capital pernambucana, os manifestantes se concentraram na Praça do Marco Zero, centro da cidade, às 13h. Em Petrolina, no sertão de Pernambuco, um “adesivaço” tomou conta da cidade e foram colados 300 adesivos em carros e motos.
Veja como foi o protesto contra Temer deste domingo (21) em Curitiba.
Discursos e teses
Com camisa preta em que se lê “Fora, Temer”, o casal Carmelo Tocci, de 65 anos, e Fátima Tocci, de 42, participou da manifestação em São Paulo e se diz “perplexo” com a situação do país.
“Estamos perplexos porque parece que isso não tem fim. Vivemos numa irrealidade onde grandes empresas tomaram o poder. E toda forma de poder é corrupta. Pior é que, se o Temer cai, como fica depois? Precisamos de alguém para dar mais educação a esse povo. Só assim se combate a corrupção”, diz Carmelo.
A reforma da Previdência também está na pauta dos manifestantes de São Paulo. Representante da Força Sindical, João Carlos Gonçalves defende a manutenção dos direitos dos trabalhadores. “Se alguém for eleito no lugar de Temer, não deverá esquecer o direito dos trabalhadores. Não queremos mudanças nos nossos direitos”, afirma Gonçalves.
Em seu discurso no ato da capital paulista, o vereador Eduardo Suplicy (PT) lembrou uma promessa feita pelo presidente Temer, de afastar seus ministros denunciados na Lava Jato. Por isso, apontou o petista, o presidente teria que fazer o mesmo, já que o STF abriu inquérito contra ele. “Queremos eleições diretas imediatamente” gritou Suplicy.
Também presente no ato, o senador Humberto Costa disse que a manutenção de Temer no poder poderá agravar a condição econômica do país. “Queremos a saída de Temer, mas ao mesmo tempo eleger imediatamente um novo presidente” disse ele.
Numa fala breve, o presidente do PT, Rui Falcão, também saiu em defesa de novas eleições. “O governo Temer acabou, está sem legitimidade. Só lhe resta um caminho, o de entregar ao povo a decisão para a solução da crise, que é o voto na urna” afirmou Falcão.
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