Os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estariam articulando para deixar o PSL e se filiar a um novo partido em fase final de criação. A legenda escolhida é uma reedição da União Democrática Nacional (UDN), sigla que nasceu em 1945 reunindo forças que se opunham à ditadura de Getúlio Vargas. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo na manhã deste domingo (17).
De acordo com a reportagem do Estadão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se reuniu, na semana passada, com dirigentes da nova UDN para tratar do assunto. A movimentação teria o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Por ser uma sigla nova, é permitida a migração sem a perda do mandato. O mote do partido é: “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.
O objetivo do clã Bolsonaro seria desvincular a imagem da família do presidente do PSL, partido sobre o qual paira a suspeita de desvio de verbas públicas por meio de candidaturas “laranjas”.
As denúncias atingiram o presidente do PSL, Luciano Bivar (PSL-PE), e acabaram atingindo também o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno. O ministro já havia sido criticado por Carlos Bolsonaro nas redes sociais. No último sábado, Eduardo Bolsonaro se juntou ao irmão e compartilhou, no Twitter, uma lista com várias acusações a Bebianno.
O ministro deve ser exonerado do cargo nesta segunda-feira (18).
Partido está em fase de criação
A nova UDN é um dos 75 partidos que está em fase de criação, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O dirigente da sigla, Marcus Alves de Souza, disse ao Estadão que apoiadores da legenda já reuniram 380 mil assinaturas. Para que a homologação do partido seja feita junto ao TSE, são necessárias 497 mil assinaturas. A nova UDN já tem CNPJ e diretórios em nove estados.
Ao Estadão, Souza afirmou que a intenção é criar “o maior partido de direita do país”. A assessoria do Palácio do Planalto não quis comentar o assunto. As assessorias de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), de Eduardo Bolsonaro e de Carlos Bolsonaro também não se manifestaram. Já Luciano Bivar não respondeu à solicitação da reportagem do jornal paulistano.
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