Uma operação na manhã desta sexta-feira (15) prendeu oito funcionários da empresa de mineração Vale nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A ação foi deflagrada pelo Ministério Público de Minas (MP-MG), com apoio das polícias Civil e Militar, e ocorre para apurar a responsabilidade pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG), no último dia 25, que deixou ao menos 166 pessoas mortas. O número pode subir para 321, pois ainda há desaparecidos.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, além dos oito mandados de prisão temporária. Entre os presos estão quatro gerentes (dois deles, executivos) e quatro integrantes das respectivas equipes técnicas. Segundo o MP de Minas, todos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da Barragem 1, em Brumadinho, rompida no dia 25 de janeiro. As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias.
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Executivo preso teria feito pressão por laudo favorável à barragem
Um dos presos é Alexandre Campanha, executivo da Vale, que foi detido na região centro-sul de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ele prestou depoimento em 7 de fevereiro à força-tarefa que investiga o rompimento da barragem 1 na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Campanha foi citado pelo engenheiro Makoto Namba, da Tüv Süd, que disse ter se sentido pressionado pelo executivo a assinar documento atestando a estabilidade da barragem que rompeu. Em depoimento, Campanha negou ter travado o diálogo com o responsável pelo laudo da barragem.
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Alexandre Campanha é gerente executivo corporativo da Vale e, segundo depoimento de Namba à Polícia Federal, fez pressão para que assinasse o documento. “A Tüv Süd [empresa alemã prestadora de serviços para a Vale] vai assinar ou não?”, teria dito Campanha, segundo Namba. O engenheiro, então, disse ter respondido que assinaria se a Vale adotasse recomendações que fez em revisão periódica de junho de 2018. Namba afirmou ainda ter assinado o laudo - e que se sentiu sob risco de perder o contrato.
Funcionários de empresa alemã também são investigados
Segundo o Ministério Público, foram ainda alvos de busca e apreensão nesta sexta, em São Paulo e Belo Horizonte, quatro funcionários (um diretor, um gerente e dois integrantes do corpo técnico) da empresa alemã Tüv Süd, referentes à estabilidade da barragem rompida. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na sede da empresa no Rio de Janeiro.
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A operação contou com o apoio das Polícias Militar e Civil do Estado de Minas Gerais e, ainda, com atuação dos Ministérios Públicos dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.Todos os presos serão ouvidos pelo Ministério Público Estadual, em Belo Horizonte. Também são apurados crimes ambientais e de falsidade ideológica.
Os investigados presos ocupam cargos de gerência e de equipes técnicas. Além de Campanha, são eles: Joaquim Pedro de Toledo, Renzo Albieri Guimarães Carvalho, Cristina Heloíza da Silva Malheiros, Artur Bastos Ribeiro, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, Hélio Márcio Lopes da Cerqueira e Felipe Figueiredo Rocha.
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