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| Foto: MAURO PIMENTEL/AFP

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) orientou os sindicatos filiados a suspenderem a greve de 72 horas iniciada à zero hora de quarta-feira, 30, segundo nota divulgada nesta quinta-feira, 31, feriado de Corpus Christi. Na nota, a entidade acusou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) de “criminalizar” o movimento sindical, ao considerar a greve ilegal e determinar a aplicação de multa em caso de descumprimento - primeiro, foi determinada penalidade de R$ 500 mil por dia, mas o valor seria depois elevado a R$ 2 milhões por dia.

“A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve”, diz um trecho da nota, publicada no site da FUP. “O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento”, diz o texto.

Os sindicatos reunidos na FUP decidiram por fazer uma greve na semana anterior à da segunda-feira, dia 21, quando começaram os protestos de caminhoneiros País afora. Na decisão inicial, a entidade sindical não determinou uma data para o início da paralisação. Com o crescimento do movimento dos caminhoneiros nas estradas, a FUP se reuniu no sábado passado e decidiu convocar uma paralisação de advertência por 72 horas.

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Na terça-feira, véspera do início da greve, o TST considerou a paralisação ilegal pela sua “natureza política e ideológica”. Na quarta-feira, foi aumentada de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária cobrada de 18 entidades sindicais. A greve também foi apoiada pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

“Antes do protesto legítimo dos caminhoneiros contra os preços abusivos do diesel, a FUP e seus sindicatos já haviam aprovado uma greve nacional para deter a escalada descontrolada de aumentos do gás de cozinha e dos derivados, cobrando a retomada da produção a plena carga das refinarias e o fim das importações de derivados”, diz a nota da FUP.

Além de mudanças na política de preços da Petrobras, a lista de reivindicações da greve dos petroleiros inclui a demissão do presidente da estatal, Pedro Parente, e a suspensão do programa de venda de ativos por parte da petroleira. Não há demandas de caráter trabalhista, como aumento de salários ou redução de jornadas. Esse argumento foi apresentado ao TST pela direção da Petrobras, que teve o pedido de liminar contra a paralisação aceito.

Ao longo da quarta-feira, até a noite, os petroleiros desafiaram a decisão do TST. Das 52 plataformas mantidas pela Petrobras, 25 aderiram à greve, e, das 15 refinarias, em 10 houve mobilizações. Durante todo o dia, trocas de turnos foram atrasadas e equipes de contingência assumiram as atividades dos grevistas, garantindo a continuidade das operações. O abastecimento de derivados de petróleo não chegou a ser comprometido.

A FUP classificou a decisão de suspender a greve de “recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado”. “Essa grave violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada”, diz a nota.

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