Indicado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado federal Felipe Francischini (PSL-PR) até agora não se mostra engajado na defesa da PEC da reforma da Previdência defendida pelo governo. Filho do ex-deputado Delegado Francischini, um dos apoiadores da campanha vitoriosa do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar de 27 anos terá um papel relevante na tramitação da proposta, uma vez que comandará a mais importante comissão da Casa.
Favorável à reforma da Previdência e defensor da redução do tamanho do Estado, o deputado, em uma das poucas publicações feitas sobre o tema, foi ao Instagram em 15 de fevereiro. Ali, Francischini aparece ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e comenta no texto da postagem que “a reforma da Previdência é a principal pauta que debateremos neste semestre”. Segundo Francischini, há de se “construir um texto que ajude o Brasil a retomar o controle das contas públicas”.
LEIA TAMBÉM: Elite do funcionalismo lidera batalha corporativa contra reforma da Previdência
Eleito com mais de 241 mil votos, Felipe Francischini foi o segundo candidato mais votado à Câmara Federal do Paraná – ficou atrás do Sargento Fahur (PSD-PR), que recebeu 314.963 votos. Antes de ser eleito para a Câmara, foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do seu estado, onde defendeu projetos de lei como o que obriga pet shops e clínicas veterinárias a reportar casos de maus tratos a animais, o que prevê a liberação de cobrança de pedágio a motoristas que ficarem em filas de praças de pedágio e o que proíbe escolas e universidades particulares de cobrarem alunos que requisitam provas substitutivas.
Nas redes sociais, o deputado Francischini se mostra um político declaradamente conservador nos costumes e liberal na economia. Em vídeos publicados em sua conta no YouTube, há defesa da criminalização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), feita em conjunto com o presidente Bolsonaro, e críticas ao fundo eleitoral, ao qual Francischini não recorreu durante sua campanha ao Congresso – mais de 80% dos R$ 238 mil arrecadados foram viabilizados por doação do pai (R$ 146 mil) e por financiamento próprio (R$ 50 mil).