O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes questionou a iniciativa de auditores fiscais da Receita Federal de investigar o patrimônio ele e seus familiares, divulgada nesta sexta-feira (8). O ministro comparou a atitude a uma entidade policial nazista.
Para Gilmar Mendes, a Receita Federal não pode ser convertida numa Gestapo, em referência à polícia do regime nazista que investigava e torturava opositores ao regime de Adolf Hitler. O ministro vê quebra de sigilo e uso político do órgão na apuração sobre possível lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio - e estuda processar os auditores fiscais responsáveis pela investigação.
VEJA TAMBÉM: Gilmar Mendes é investigado pela Receita Federal e pede apuração a Toffoli
“A Receita não pode ser convertida numa Gestapo ou num organismo de pistolagem de juízes e promotores”, disse Gilmar à reportagem. “Agora, se eles fazem isso com ministro do STF, o que não estarão fazendo com o cidadão comum?”, completou.
Procurada, a Receita Federal disse que não comentaria as declarações do ministro.
O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, pediu providências ao ministro da Economia, Paulo Guedes, à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ao secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. Ele solicitou que se adotem as “ações cabíveis” em torno de uma apuração de auditores fiscais da Receita Federal sobre possíveis fraudes de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência por parte de Gilmar Mendes e familiares.
O pedido de providências atende a pedido do próprio Gilmar Mendes, para quem não há nenhum fato concreto nos documentos obtidos pela coluna Radar, da Revista Veja.
Deixe sua opinião