O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que “tudo sugere” que houve uma conspiração contra o presidente Michel Temer no episódio da gravação feita pelo empresário Joesley Batista, sócio da JBS. E afirmou que o material pode ser anulado “com certeza” se ficar comprovado que houve uma “ação controlada”, combinada com o Ministério Público, sem autorização judicial.
Gilmar Mendes preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, semanas atrás, foi autor do voto decisivo que absolveu a chapa Dilma-Temer, acusada de abuso de poder econômico na eleição de 2014. O julgamento manteve Temer na presidência da República.
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“Tudo sugere [conspiração]. Eu já vi jornais dizendo que esta ação foi uma ação controlada. Portanto, não foi uma fita que depois foi levada ao Ministério Público, mas a fita foi preparada antes, em combinação com o Ministério Público”, disse Mendes ao jornalista Kennedy Alencar, em entrevista transmitida pelo SBT.
Para o ministro, “se de fato houve, houve uma ação controlada sem autorização judicial. E o relator [do caso no STF, o ministro Edson Fachin] ficou exposto nessa situação”. Na hipótese de que houve ação controlada sem autorização da Justiça, diz Gilmar Mendes, ficaria evidente “o quadro de sanha, de abuso” e, portanto, a gravação poderia ser anulada.
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Críticas ao MP e a Fachin
Na entrevista, Mendes voltou a criticar o Ministério Público (MP). Disse ver “com muita desconfiança os vazamentos que se fazem, as manifestações quase que religiosas de alguns tipos do Ministério Público”.
O ministro também apontou que magistrados “passaram a ser a caixa de ressonância” do MP e disse que relator do Supremo “não é sócio do MP” nem pode ser “boca de ventríloquo”, em provável referência ao ministro Fachin, que abriu inquérito contra Temer no STF com base na delação dos sócios da JBS.
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