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| Foto: Pedro França/Agência Senado

Absolvida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça (19), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) é alvo de outras duas denúncias do Ministério Público Federal e de uma investigação da Polícia Federal (PF). Em nenhum desses três casos, ela foi tornada ré.

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O episódio mais recente apura irregularidades no Ministério do Planejamento. A PF investiga um esquema envolvendo a empresa Consist com empréstimos consignados no âmbito da pasta. Segundo investigações que começaram na Lava Jato em Curitiba, a Consist pagava propina a políticos pela obtenção dos contratos de empréstimo. Além de Gleisi, o ex-ministro da pasta, o petista Paulo Bernardo – marido da senadora – também está entre os investigados.

A PF estima que Gleisi recebeu R$ 1 milhão da Consist por meio do escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves, além de outros R$ 300 mil repassados ao mesmo escritório pela TAM. Os investigadores acreditam que o repasse da empresa aérea serviu como caixa dois para campanhas de Gleisi.

Em nota, Gleisi afirmou que a Consist não tinha nenhum contrato direto com o Ministério do Planejamento e que o escritório de Guilherme Gonçalves “atendia muitos candidatos, de todas as siglas partidárias”.

“Todas as despesas de campanha que fiz com o escritório de Guilherme Gonçalves estão declaradas. Entre uma campanha e outra, ele cuidou dos processos decorrentes das disputas eleitorais, pagando as despesas relativas a esses processos. Uma das acusações é que estava pagando em meu nome uma multa de campanha, tida como despesa pessoal. De fato ele pagou sim, porque a multa foi em decorrência do escritório ter perdido prazo de recurso, era responsabilidade dele”, disse a senadora.

Gleisi também afirma que vai apresentar uma representação à Corregedoria da PF para que apure quem foi o responsável pelo vazamento do inquérito.

Em nota, a defesa do advogado Guilherme Gonçalves afirmou que “repudia com veemência todas as acusações que lhe são imputadas acerca de repasses de valores a políticos ou agentes públicos. Todos os honorários recebidos por seu escritório são frutos exclusivos de seu trabalho e longa dedicação à advocacia. Sua inocência será amplamente demonstrada no transcorrer do processo, na conformidade da legislação brasileira em vigor”.

Delação da Odebrecht

A PGR também denunciou, no final de abril deste ano, Gleisi, o marido e ex-ministro Paulo Bernardo, o ex-presidente Lula e o ex-ministro Antônio Palocci no âmbito da delação da Odebrecht. Segundo a denúncia, as irregularidades estão ligadas à promessa de doação de US$ 40 milhões da Odebrecht a Lula em troca de decisões políticas que beneficiassem a empresa. Desse valor, R$ 3 milhões teriam sido destinados à campanha de Gleisi ao Governo do Paraná, em 2014.

Em nota sobre o oferecimento da denúncia, Gleisi afirmou que “além de falsas, as acusações são incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da senadora Gleisi Hofmann em 2014”. A senadora também critica o fato de, na visão dela, a denúncia ser baseada em delações premiadas “negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros”.

Quadrilhão do PT

Pouco antes de deixar o cargo, no ano passado, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra integrantes do PT por formação de quadrilha. Entre os denunciados estão Gleisi e Paulo Bernardo, acusados de cobrar propina dentro do Ministério do Planejamento. O esquema teria movimentado pelo menos R$ 7 milhões em propina, segundo a denúncia apresentada nesta terça-feira (5).

Em paralelo, Gleisi e Paulo Bernardo ainda teriam dado suporte ao esquema do partido por meio dos ministérios que comandaram nas gestões petistas – Planejamento, Comunicações e Casa Civil.

Para a senadora, a denúncia “não tem fundamento”. “Busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores no mesmo momento em que malas de dinheiro são descobertas e membro do Ministério Público é envolvido em denúncias”, disse Gleisi, sobre o caso.

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