Antes de mesmo de tomarem posse, um grupo de futuros governadores aceitaram o desafio de interromper as negociações em torno da formação de equipe de governo para fazerem uma espécie de curso de gestão pública na Universidade de Oxford. O foco é buscar soluções para aprimorar o mecanismo de seleção das pessoas que vão ocupar os cargos de liderança do segundo e terceiro escalões dos governos - muitos deles, cargos comissionados, que são preenchidos por pessoas de fora do governo.
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Prestes a assumir o governo de Goiás, um dos estados em pior situação financeira, o senador Ronaldo Caiado (DEM) está no time, junto com os governadores eleitos Eduardo Leite (RS), Paulo Câmara (PE) e Camilo Santana (CE).
Lá, eles terão a chance de ouvir as experiências que deram certo no mundo e no Brasil. Uma delas é a do atual governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (MDB), único estado brasileiro que tem nota A no ranking do Tesouro Nacional e o que apresenta os melhores indicadores fiscais.
Os eleitos vão se juntar ainda a outras 56 autoridades, entre elas, políticos de vários partidos, empresários e especialistas para discutirem propostas que possam ser aplicadas nos próximos mandatos para melhorar a qualidade da área de recursos humanos dos seus governos.
“Ter bons times liderando as áreas críticas de governo faz todo o sentido”, diz Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, ONG que promove o encontro. Segundo ele, muitos países como o Chile, Cingapura, Reino Unido e França têm processos de seleção profissional e avaliação de metas de desempenho dos seus cargos estratégicos. “Qualquer organização bem-sucedida leva muito a sério a construção do seu time. Mas no governo acaba sendo uma negociação de cargos muito mais pensando na governabilidade”, diz.
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Mizne conta que na Inglaterra há um programa de seleção de atração de jovens das melhores universidades para trabalhar no governo. O governo inglês tem um chefe do RH, com posição de alta relevância, que acompanha os 4 mil principais cargos de liderança de todos os ministérios.
Situação temerária
“Os Estados de Goiás, Rio, Rio Grande do Sul e Minas estão em situação temerária. É preciso ouvir o que deu certo”, diz Caiado, que vai encontrar um governo estadual com atraso de salários e fornecedores, além de uma receita com elevado comprometimento com o pagamento da folha de pessoal.
Conhecida como linha dura do ajuste fiscal, a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, deve participar do evento, além de integrantes do futuro governo Jair Bolsonaro.
O evento começa no domingo, 25, e vai até a próxima sexta-feira. Conta com o apoio da Fundação Brava e da Blavatnik School of Government da Universidade de Oxford, conhecida com um dos principais centros de estudo em gestão pública do mundo.
As aulas contam com relatos de experiências internacionais trazidos por especialistas como Dustin Brown, diretor de Administração da Secretaria da Fazenda do Gabinete da Presidência dos Estados Unidos, e Thomas Shannon, subsecretário de Estado para Assuntos Políticos que coordenou a transição governamental Obama-Trump.
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