Único estado que não está ligado ao sistema elétrico nacional, Roraima pode ganhar uma conexão ao linhão de Tucuruí. O projeto deve ser acelerado, já que o governo Jair Bolsonaro decidiu declarar essa linha - que atualmente liga a Hidrelétrica de Tucuruí (PA) a Manaus (AM) e a Macapá (AP) - um empreendimento de infraestrutura de interesse da política de defesa nacional.
O tema foi discutido nesta quarta-feira (27) na reunião do Conselho de Defesa Nacional, órgão que reúne o presidente da República, os presidentes da Câmara, do Senado e do STF (Supremo Tribunal Federal), além de ministros e dos chefes das Forças Armadas.
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A ideia é justificar o enquadramento utilizando a crise política e social que assola a Venezuela. Como Roraima é o único estado que não está conectado ao SIN (Sistema Interligado Nacional), o estado compra mais de 50% da sua energia elétrica de uma empresa venezuelana. A energia vem da hidrelétrica de Guri, no país vizinho.
Segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, com a decisão, o governo “promove a defesa e a soberania nacional”.
Previsão
A obra --cuja previsão inicial era de início em 2011 e conclusão em 2015-- ainda não começou em razão de conflitos judiciais e problemas na obtenção de licenças ambientais, especialmente por cruzar uma área indígena. A expectativa é que, com isso, a construção da obra possa efetivamente ser iniciada com uma tramitação mais simplificada.
Rêgo Barros afirmou que, com a decisão, o governo estima dar início à construção do linhão em julho e espera concluí-la em três anos.
O porta-voz não soube detalhar que tipo de simplificações serão feitas no projeto e negou que o governo queira cortar etapas do licenciamento ambiental.
Segundo ele, as questões indígenas e ambientais serão consideradas, mas dentro do interesse de soberania nacional.
“As questões ambientais serão consideradas, mas estarão num bojo maior, que é da soberania nacional e de levar principalmente estado de Roraima a energia que produzimos no coração do país e evitar que aquele estado venha a sofrer uma crise”, disse.
O estado fronteiriço depende de energia do país vizinho. O governo monitora para evitar uma crise de desabastecimento, mas avalia que a Venezuela não deve suspender o fornecimento de energia porque ela é fonte de recursos que recebe diante da escassez de recursos.