
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse nesta segunda-feira (14) que participará de uma reunião convocada pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, para tratar da adoção de nova carteira de identidade nacional. O titular da Economia, Paulo Guedes, também estará encontro. “Iremos falar da unificação dos documentos e sobre a tecnologia necessária para essa nova carteira de identidade. Vim ouvir o Ministério da Justiça. Não sei ainda nenhum detalhe”, disse Marcos Pontes.
Em 2017, o presidente Michel Temer sancionou a lei que cria a Identificação Civil Nacional (ICN), permitindo a produção de um novo documento que reúna informações presentes no Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF) e no título de eleitor. Na prática, o ICN será um grande banco de dados que vai ajudar a reduzir a burocracia envolvendo múltiplos documentos, já que tudo será concentrado em apenas um, o Documento de Identificação Nacional, o DIN.
A ideia de criar um documento unificado visa exatamente evitar que o cidadão tenha de se preocupar com diferentes números e cartões. Todo esse conteúdo será gerido pelo Tribunal Superior Eleitoral, que já armazena cerca de 80 milhões de dados biométricos , mas outras instituições ligadas ao governo também poderão acessar esse material.
Leia também: Moro quer que condenados por homicídio cumpram pena já a partir da 1.ª instância
À época, o governo informou que a adoção do novo documento seria feita de maneira gradual à medida que o cidadão solicite a renovação de sua carteira de identidade. A estimativa é que o DIN só passará a valer em definitivo a partir de 2021, quando se acredita que a base de dados do TSE estará finalizada. Enquanto isso não acontece, os documentos atuais continuam valendo.
A base do DIN remonta ao governo de Fernando Henrique Cardoso quando, em 1997, ele sancionou a criação do Registro de Identidade Civil (RIC), que já previa a utilização de um número de identidade único para substituir os demais documentos utilizados. No entanto, o projeto ficou parado por mais de uma década para, somente em 2010, começar a ganhar forma a partir de uma regulamentação proposta pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Saiba mais: Comodidade ou risco jurídico? Por que o avião de Battisti não fez escala no Brasil
A adoção do modelo ficou sob responsabilidade do Ministério da Justiça, que pediu para que a Polícia Federal elaborasse um protótipo de como seria esse documento. Contudo, em 2012, o governo Dilma Rousseff decidiu pela reestruturação do projeto, o que acabou atrasando o desenvolvimento do documento por mais alguns anos.
Foi somente em 2015, após o TSE apresentar uma nova proposta, é que o modelo atual do documento unificado começou a avançar. Batizado de Registro Civil Nacional (RCN), ele saiu da jurisdição do Ministério da Justiça, ganhou forma e foi encaminhado como forma de projeto para a Câmara. E foi apenas no último mês fevereiro que o assunto ressurgiu no parlamento, tendo seu nome alterado para DIN e sendo, em seguida, aprovado nas duas casas do Congresso.
Receba os conteúdos da Gazeta do Povo todos os dias
Vídeos, podcasts, análise e opinião de nossos colunistas e uma seleção com as principais notícias do dia. Escolha a plataforma e inscreva-se para receber.
Lembre-se: as regras de privacidade dos grupos são definidas pelo Whatsapp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Moraes vota pela condenação de deputados do PL denunciados em caso de emendas
Deixe sua opinião