O presidente Michel Temer ressaltou no início da noite que as manifestações realizadas nesta sexta-feira (28) em decorrência greve geral ocorreram “livremente em todo o país”. Por meio de nota, o presidente criticou, contudo, os incidentes ocorridos em algumas cidades em decorrência dos protestos organizados pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhista e da Previdência.
“As manifestações políticas convocadas para esta sexta-feira ocorreram livremente em todo país. Houve a mais ampla garantia ao direito de expressão, mesmo nas menores aglomerações. Infelizmente, pequenos grupos bloquearam rodovias e avenidas para impedir o direito de ir e vir do cidadão, que acabou impossibilitado de chegar ao seu local de trabalho ou de transitar livremente. Fatos isolados de violência também foram registrados, como os lamentáveis e graves incidentes ocorridos no Rio de Janeiro”, diz Temer em trecho do documento.
O presidente afirma ainda que, apesar das manifestações, o governo continuará no debate “franco” em torno das propostas apresentadas para tentar equilibrar as finanças da União.
“O trabalho em prol da modernização da legislação nacional continuará, com debate amplo e franco, realizado na arena adequada para essa discussão, que é o Congresso Nacional”, diz Temer. “De forma ordeira e obstinada, o trabalhador brasileiro luta intensamente nos últimos meses para superar a maior recessão econômica que o país já enfrentou em sua história. A esse esforço se somam todas as ações do governo, que acredita na força da unidade de nosso País para vencer a crise que herdamos e trazer o Brasil de volta aos trilhos do desenvolvimento social e do crescimento econômico”, conclui.
Planalto respira aliviado
O clima era de alívio no Palácio do Planalto no fim da tarde desta sexta-feira. Na avaliação do governo Temer, a adesão à greve geral ficou abaixo do anunciado pelas entidades que a convocaram. O Planalto monitorou o andamento da paralisação ao longo do dia e concluiu que o movimento teve baixa aderência. O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, chegou a dizer que a greve foi um “fracasso”
A greve geral foi convocada por movimentos sociais e centrais sindicais em protesto contra a reforma trabalhista – que acaba de ser aprovada na Câmara dos Deputados – e da Previdência. A adesão foi mais frequente entre os servidores públicos e em categorias com sindicatos tradicionalmente fortes como bancários, professores e metalúrgicos.