Grupos de apoio à Lava Jato realizaram nesta segunda-feira (10) um ato de repúdio ao fim da força-tarefa da operação na Polícia Federal (PF) do Paraná, medida anunciada na semana passada. A partir de agora, agentes e delegados deixam de atuar exclusivamente na Lava Jato e passam a integrar a Delecor, Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas. Com isso, podem acumular outras investigações.
A medida foi bastante criticada por movimentos como o “Acampamento Lava Jato”, o “Patriotas Paraná” e o “Curitiba contra a corrupção”. Eles atribuem o fim da força-tarefa a supostas pressões do ministro da Justiça, Torquato Jardim. “Nós entendemos como uma manobra política. A decisão veio de cima, de Brasília, e nós exigimos explicações e transparência. Não estamos trabalhando há três anos em prol da Lava Jato para tudo terminar em pizza”, afirmou Cristiano Roger, coordenador do ‘Curitiba contra a corrupção’.
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O ato de repúdio foi realizado em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e reuniu cerca de 30 pessoas. O objetivo, segundo os organizadores, era criticar eventuais interferências do governo federal nos trabalhos da Lava Jato e exigir a volta da força-tarefa da PF. Durante o ato, os movimentos também falaram em organizar uma ‘vaquinha’ para bancar as investigações da Lava Jato.
A Superintendência da PF no Paraná garantiu que a operação não sofreu corte de verbas, mas os manifestantes não acreditam nesta versão. Por isso, estariam dispostos a colaborar financeiramente com o trabalho da polícia. “Para dar condições de seguir com esse trabalho valoroso da Lava Jato, já fizemos uma consulta pela internet e cerca de três mil pessoas estão dispostas a tirar do próprio bolso e destinar todo mês certa quantia de dinheiro para a Polícia Federal”, explicou Narli Rezende, do ‘Acampamento da Lava Jato’.
PF nega motivação política e orçamentária
Apesar das críticas dos manifestantes ao trabalho do ministro da Justiça, a PF garantiu que a decisão de acabar com a força-tarefa partiu do delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato no estado, e foi corroborada pelo superintendente regional, delegado Rosalvo Franco. “Foi uma decisão operacional, sem motivação política ou orçamentária. A ideia de integrar o grupo de trabalho [do Petrolão] à Delecor é tornar a Lava Jato uma operação permanente”, explicou Igor.
Segundo a PF, a prioridade sempre será das investigações que causam maior dano ao erário, ou seja, a Lava Jato continuará tendo relevância na corporação. “O fim do grupo de trabalho é apenas uma formalidade desfeita, a operação ainda é importante e é uma prioridade dentro da Polícia Federal. A investigação não parou em nenhum momento por falta de recursos”, completou o delegado.
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