O presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista à TV norte- americana Fox News em que abordou diferentes assuntos. Ele efendeu a construção do muro na fronteira dos EUA com o México por entender que “a maioria dos imigrantes não tem boas intenções”. Falou sobre a possibilidade de intervenção armada na Venezuela. Comentou o que vai conversar nesta terça-feira (19) com Donald Trump. Negou que tenha relação com acusados pelo assassinato de Marielle Franco. E até mesmo explicou o que pretendia fazer ao divulgar um vídeo obsceno no carnaval.
A entrevista foi concedido por Bolsonaro na segunda-feira (18), mas só foi ao ar na madrugada desta terça no horário do Brasil. O presidente está em Washington para uma visita oficial aos EUA e nesta terça se encontra com Trump.
ASSISTA: A íntegra da entrevista à Fox News
“Vemos com bons olhos a construção do muro”
Bolsonaro afirmou que apoia a ideia de Donald Trump de construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, e que a maioria dos imigrantes não tem boas intenções. “Nós vemos com bons olhos a construção do muro”, disse Bolsonaro na entrevista. “A maioria dos imigrantes não tem boas intenções.”
LEIA TAMBÉM: Bolsonaro dispensa visto para cidadãos dos EUA, Austrália, Canadá e Japão entrarem no Brasil
Sobre a situação da Venezuela, o presidente afirmou que o Brasil tomaria um rumo socialista parecido se continuasse sendo comandado por governos petistas.Ele afirmou, contudo, que isso mudou com sua eleição que hoje o Brasil está alinhado com o governo de Trump em relação à Venezuela: “Hoje temos nova ideologia, e queremos que a Venezuela volte à democracia”.
Bolsonaro afirmou que o Brasil fará de tudo o que for possível “de forma diplomática” para tirar o ditador Nicolás Maduro do poder. A declaração foi dada pelo brasileiro ao comentar a declaração de Trump de que “todas as opções estão na mesa” sobre a Venezuela, insinuando que poderia haver inclusive uma intervenção militar. “Nós não podemos falar em todas as possibilidades, mas o que for possível de forma diplomática”, disse Bolsonaro.
SAIBA MAIS: Antes de entrevista, Bolsonaro disse contar com capacidade bélica dos EUA para libertar a Venezuela
A Venezuela possivelmente será um dos temas da conversa entre Bolsonaro e Trump. Sobre o encontro, o brasileiro afirmou que pretende começar um processo em que um país ajude o outro. Bolsonaro também sorriu quando foi chamado pela entrevistadora de “Trump dos Trópicos”. Ele disse que admira o colega dos EUA.
Bolsonaro buscou ainda desfazer o possível mal-estar por ter se encontrado no domingo (17) com Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, demitido pelo presidente dos EUA. Segundo o brasileiro, quem tem proximidade com Bannon é seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal. “Não estou aqui para causar desconforto”, disse Bolsonaro.
VEJA TAMBÉM: Chanceler informal, Eduardo Bolsonaro assume protagonismo em viagem do pai aos EUA
O presidente também foi questionado sobre assuntos internos do Brasil. Ele negou ter ligação com o policial reformado Ronie Lessa, um dos acusados pelo assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol). Lessa mora no mesmo condomínio em que o presidente tem casa, no Rio. “Sou um capitão do Exército brasileiro e parte dos oficiais da polícia do Rio de Janeiro são grandes amigos meus. Por coincidência, um desses suspeitos de ter matado a Marielle não era na verdade vizinho meu, mas morava do outro lado de uma outra rua [do condomínio]. Só descobri que ele vivia lá depois de ver as notícias.”
Bolsonaro também explicou a suposta ligação de seu filho Renan, com a filha de Lessa. “Eles até tentaram dizer que meu filho mais novo, que tem 20 anos, pode ter namorado a filha dele. Eu perguntei: ‘Você namorou ela?’ Ele disse: ‘Namorei com todo mundo no condomínio. Me mostra uma foto e quem sabe eu me lembre dela’”, afirmou Bolsonaro.
SAIBA MAIS: Bolsonaro faz visita fora da agenda à CIA e Moro tem encontro com diretor do FBI
Ao ser questionado sobre o vídeo obsceno que publicou em sua redes sociais no carnaval, Bolsonaro disse que queria mostrar o que estava acontecendo no país. “Esse vídeo já estava circulando na internet e compartilhei para mostrar como o carnaval estava acontecendo.”
Bolsonaro também negou ter preconceito contra negros, mulheres e homossexuais. Afirmou que, se fosse tudo isso que dizem a seu respeito, não teria sido eleito. Citou que seu sogro inclusive é conhecido como Paulo Negão. E reclamou que é alvo de uma mídia que ele diz ser majoritariamente dominada pela esquerda.
Respostas sobrepostas
A Fox News optou por sobrepor a narração traduzida para o inglês às respostas de Bolsonaro em português. Em diversos trechos, isso deixa inaudível o que o presidente brasileiro efetivamente falou, restando apenas a possibilidade de reproduzir a declaração a partir da tradução em inglês.
Assista à entrevista
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT