![Indicação de general para Secretaria de Governo tira poder de Onyx na Casa Civil Excesso de poder do futuro ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni já estava causando ciúmes em aliados de Jair Bolsonaro. | Antonio Cruz/Agência Brasil](https://media.gazetadopovo.com.br/2018/11/4f5b48d8d6822612639e924f3bba5851-gpLarge.jpg)
A indicação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz para Secretaria de Governo, anunciada nesta segunda (26) por Jair Bolsonaro, é uma tentativa de aplacar rixas internas na equipe do presidente eleito. Na prática, atinge diretamente Onyx Lorenzoni, reduzindo os poderes da Casa Civil, considerado o "ministério dos ministérios". Resumidamente, o que ocorrerá é uma troca de atribuições.
A solução coloca nas mãos de Santos Cruz atividades hoje desempenhadas pela Casa Civil, como coordenação e integração das ações governamentais; verificação prévia da constitucionalidade e legalidade dos atos presidenciais; e análise do mérito, oportunidade e compatibilidade das propostas, em tramitação no Congresso, com as diretrizes governamentais.
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Na outra via, a Onyx caberá o que hoje faz o secretário de Governo do presidente Michel Temer, Carlos Marun: a articulação com o Congresso Nacional. Ou seja: o grande ministério da Casa Civil, que comandaria e supervisionaria a Esplanada, acaba reduzido a "simples articulador político", nas palavras de aliados do presidente Bolsonaro que delinearam o acordo.
O anúncio desta segunda representa mais um recuo de Bolsonaro na montagem de seu ministeriado. A ideia era fundir a Secretaria de Governo com a Casa Civil. Foi, pelo menos, o que o próprio Lorenzoni afirmou há duas semanas em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde ocorrem os trabalhos da equipe de transição, da qual ele também é coordenador.
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"Tem a Secretaria de Governo, a Casa Civil e a Secretaria-Geral da Presidência da República. Então ficarão apenas duas estruturas: a Secretaria-Geral da Presidência e a Casa Civil. A Secretaria de Governo não vai mais existir", disse, na ocasião.
A estratégia foi costurada pelo aliado mais próximo e fiel de Bolsonaro, o general Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional. O GSI é mais um dos ministérios que estará alocado no Palácio do Planalto ao lado da Casa Civil, da Secretaria-Geral da Presidência da República e, agora, da Secretaria de Governo.
A ideia de colocar mais um militar na função tenta aplacar os ânimos do general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito. Era dele a principal reclamação do excesso de poderes que estava concentrada nas mãos de Onyx Lorenzoni com a unificação das atribuições da Casa Civil com a Secretaria de Governo.
Semana passada, Mourão chegou a dizer que estava em estudo um modelo em que os trabalhos realizados pela Casa Civil seriam transferidos para a vice-presidência. Cabe ao vice substituir o presidente em eventos públicos quando este não puder estar presente. O general se ressente do pouco que terá por fazer no governo.
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