A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), confirmou nesta segunda-feira (14) que seu partido não apoiará a candidatura à reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A parlamentar, que exercerá mandato de deputada federal a partir do próximo mês, disse que a adesão do PSL ao projeto de Maia levou à retirada do apoio do PT.
“Isso é uma baliza nossa. Nós não estaremos no bloco com o PSL”, declarou a parlamentar. O partido de Jair Bolsonaro confirmou voto em Rodrigo Maia no início do mês.
Articulação de centro-esquerda
A senadora se reuniu na manhã desta segunda com os presidentes de PSB, Carlos Siqueira, e PSOL, Juliano Medeiros. A pauta foi o alinhamento para uma atuação conjunta dos partidos de centro-esquerda na Câmara.
O PSOL apresentou o deputado federal eleito Marcelo Freixo (RJ) como pré-candidato a presidente da Câmara. Segundo Gleisi, as discussões de momento não são em torno de um “nome, mas sim de um movimento”. A petista afirmou ainda que não existe prazo para a definição da postura do partido.
PT se vê questionado no seu campo ideológico
A tentativa com as outras legendas de esquerda acontece em um momento em que o PT se vê questionado no seu campo ideológico. Em dezembro, PDT, PCdoB e PSB anunciaram a formação de um bloco na Câmara. Líderes pedetistas, como o presidenciável Ciro Gomes e o deputado federal Pompeo de Mattos (RS), têm feito fortes críticas ao PT, considerado muito centralizador.
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A mobilização para a congregação dos partidos de esquerda inclui o lançamento de um “Observatório da Democracia”, no próximo dia 31. Participarão da instituição, segundo Gleisi, as fundações de PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e PCB. O objetivo do grupo é monitorar o desempenho do governo de Jair Bolsonaro em diferentes áreas e, de acordo com o que for levantado, apresentar críticas dentro do parlamento.
Cesare Battisti
A presidente do PT optou por não falar sobre a prisão do terrorista italiano Cesare Battisti, detido na Bolívia no fim de semana e que nesta segunda-feira (14) chegou a Roma, na Itália, para começar a cumprir prisão perpétua. “O líder já se manifestou”, disse.
O líder mencionado por Gleisi é o deputado federal Paulo Pimenta (RS), que contestou a prisão do italiano: “Não se trata de uma discussão ideológica e sim jurídica constitucional. Quando você politiza as decisões jurídicas você fragiliza o Estado democrático”.
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