| Foto: Roberto Jayme/TSE

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o impedimento, a suspeição e a incompatibilidade do ministro Gilmar Mendes nas decisões que resultaram na libertação de um dos maiores empresários do setor de transporte coletivo no Rio, Jacob Barata Filho.

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As petições foram encaminhadas nesta segunda-feira (21) a pedido dos procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro. Não há prazo para a ministra tomar uma decisão.

Na quinta-feira (17), Gilmar concedeu habeas corpus a Barata Filho, conhecido como “rei do ônibus”. Pouco depois, o juiz federal Marcelo Bretas determinou nova prisão preventiva contra ele. Na sexta (18), o ministro deu nova decisão e soltou Barata Filho.

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Gilmar foi padrinho de casamento da filha do empresário que, em 2013, se casou com um sobrinho da mulher do ministro do Supremo. A PGR também aponta vínculos na relação de sociedade entre Barata Filho e o cunhado do ministro. Além disso, a mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, trabalha no escritório de advocacia Sergio Bermudes, ligado a alguns dos investigados.

Para Janot, a isenção e a imparcialidade de Gilmar ficam comprometidas por causa dessas relações. O procurador-geral pede ainda que os atos do ministro sejam considerados nulos e que Gilmar seja ouvido para esclarecer os fatos.

Operação Ponto final

Além de Barata Filho, Gilmar Mendes determinou a libertação de Lélis Marcos Teixeira, ex-presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) e de outros quatro investigados presos em julho na Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato.

Eles vão cumprir medidas alternativas à prisão, como recolhimento noturno, entregar o passaporte e comparecer periodicamente em juízo.

As investigações da Ponto Final apuram o pagamento, de 2010 a 2016, de R$ 260 milhões em propina a políticos e funcionários de departamentos públicos de fiscalização ligados ao setor de transportes.

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Dados apontam que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) obteve no período R$ 122 milhões com o esquema. Ele permanece preso no Rio.