O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou contra o pedido da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para anular o impeachment e voltar ao cargo. A avaliação dele foi recebida nesta quarta-feira (13) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde o processo movido pela petista é relatado por Alexandre de Moraes, ex-ministro do governo Michel Temer.
Janot afirmou que não cabe ao STF reexaminar a decisão, “sob pena de esvaziar-se a previsão constitucional” de julgamento do Senado Federal no caso. A manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi para o gabinete de Moraes, que ainda não proferiu decisões no caso. O ministro do Supremo pediu em maio que a PGR se pronunciasse. Ele assumiu a relatoria em março, substituindo o ministro Teori Zavascki, morto em um acidente de avião em janeiro.
Teori já havia negado o pedido de Dilma em outubro do ano passado, mas a defesa dela, feita pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, recorreu. No documento, Janot rejeita os argumentos da petista para invalidar seu afastamento. Dilma sustenta que sua saída não teve embasamento jurídico e que não houve crime de responsabilidade, principal acusação contra ela.
Afirma ainda que houve erros procedimentais em seu julgamento no Congresso e que houve “desvio de poder” do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o pedido, ele usou o processo de impeachment em benefício próprio. “O processo de impeachment foi autorizado e conduzido com base em motivação idônea e suficiente, não havendo falar em ausência de justa causa”, disse Janot.
“Não fosse a prova produzida suficiente, aos olhos dos senadores, muito provavelmente não haveria condenação por tão expressiva maioria (61 de 81 votantes)”, escreveu.
O procurador-geral considerou ainda que, mesmo que houvesse alguma das nulidades apontadas por Dilma, elas seriam insuficientes para suspender a condenação e seus efeitos. Na tentativa de cancelar o impeachment e retornar ao poder, Dilma tem o apoio de movimentos que estão coletando assinaturas pelo Brasil.
Os apoiadores da petista querem usar o abaixo-assinado para pressionar o STF a tomar uma decisão favorável a Dilma.
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