O grupo J&F movimentou R$ 248 bilhões em “operações suspeitas”, aponta investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda, noticia a revista “Veja” deste fim de semana. Sete empresas do grupo de Joesley Batista teriam sido utilizadas para pagar beneficiários. Entre eles, estaria o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que teria recebido R$ 33 milhões em março de 2012, quando era presidente do conselho de administração do grupo.
Outra operação apontada pela investigação foi o gasto de R$ 6 milhões para fretar um jatinho colocado à disposição do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), durante a eleição de 2014. A revista afirma que esses valores faziam parte de um acordo selado entre a J&F e o PT para comprar o apoio do PMDB na eleição presidencial daquele ano.
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A JBS, empresa de proteína animal do grupo, teria movimentado a maior parte dos valores de operações suspeitas, R$ 189 bilhões, ou 22% do faturamento da empresa, que de 2003 a 2017 foi R$ 869 bilhões. As operações incluídas pelo órgão de fiscalização incluem repasses a aliados políticos, mas também negócios da J&F que fujam do padrão de transações financeiras de um grupo econômico, mas possam ser consideradas normais após apuração. Nesse valor está, por exemplo, a compra da empresa Alpargatas, que custou R$ 2,6 bilhões.
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Na lista de beneficiários do dinheiro da J&F, estão também o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que teria recebido R$ 1 milhão; José Carlos Bumlai, o amigo do ex-presidente Lula (R$ 11 milhões); o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab (R$ 17 milhões); o ex-ministro Geddel Vieira Lima (R$ 4 milhões); o marqueteiro Duda Mendonça, que trabalhou para o PT e PMDB, teria recebido R$ 17 milhões. Parte disso teria quitado despesas de campanha de Paulo Skaf (PMDB-SP) ao governo de São Paulo em 2014. O doleiro Lúcio Funaro teria recebido R$ 30 milhões.
Meirelles, em nota à reportagem, afirmou que os valores que recebeu foram pagos à sua empresa de consultoria, que foi contratada para orientar e construir a plataforma do banco do grupo, o Original.
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