| Foto: AYRTON VIGNOLA/ESTADÃO CONTEÚDO

Joesley Batista, um dos donos da JBS, sacudiu o Brasil com sua delação. E agora consegue mais um feito. Após entrevista à revista Época, em que afirmou que o presidente Michel Temer (PMDB) é o líder da “maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil”, ele “uniu” aliados e oposicionistas de Temer. Em comum, todos criticaram o teor das acusações e até mesmo a personalidade de Joesley.

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O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), aliado de Temer, divulgou nota neste sábado (17) para criticar as declarações de Joesley. Chamando Batista de “cachorro” e “super delinquente”, Marun diz que está em curso uma manobra para evitar que as reformas sejam realizadas e fala em conspiração contra Temer.

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O objetivo de Batista ao conceder a entrevista, diz o aliado de Temer, foi proteger seu acordo de leniência e o acordo de delação. Marun ainda chama atenção para o fato de Batista não ter citado os ex-presidentes Lula e Dilma na entrevista, apesar de seu patrimônio ter crescido durante os governos do PT.

“Trata-se de mais um capítulo desta novela em que se constitui a Conspiração Asquerosa que tenta acabar com as Reformas, depor o Presidente Temer e garantir exílio dourado para Joesley e para os outros delinquentes que o cercam”, afirmou Marun, em nota.

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Para o deputado, as acusações feitas por Joesley na entrevista são genéricas e não comprovam que Temer tenha agido de forma a beneficiar Joesley ou seu grupo empresarial. “Não é demais lembrar que este cachorro (forma como os delatores colaboradores eram conhecidos durante a ditadura) esteve por mais de 40 minutos gravando o presidente e nada conseguiu tirar dele de realmente criminoso ou comprometedor”, divulgou Marun.

Advogado de Lula diz que declarações de Joesley à revista não têm crédito

Advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins avalia que as declarações de Joesley devem ser relativizadas, pois ele está em meio à negociação de seu acordo de delação. Mesmo assim, Zanin Martins aponta que não foram apontadas ilegalidades cometidas pelo ex-presidente petista.

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Para Zanin Martins, declarações genéricas e sem provas, de pessoas que estão negociando delação não merecem crédito e não podem ser usadas pela Justiça.

“A entrevista de Joesley Batista tem que ser entendida no contexto de um empresário que negocia o mais generoso acordo de delação premiada da história. Mesmo nesse contexto, Batista foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente Lula. Considerações genéricas e sem provas de delatores não podem ser consideradas como dignas de crédito e não têm qualquer valor jurídico”, afirmou Cristiano Zanin Martins, em nota divulgada pela assessoria de Lula neste sábado (17).

PSDB diz que só recebeu doações oficiais da JBS

O PSDB também divulgou nota sobre as declarações de Joesley Batista. O partido afirmou que, apesar de ter recebido doações da JBS oficiais para a campanha, não beneficiou a empresa, pois estava na oposição em 2014 e 2015.

“Conforme dito pelos próprios delatores, a JBS doou cerca de R$ 60 milhões para as campanhas do PSDB em 2014, sendo parte para a campanha presidencial e parte para campanhas estaduais, como está devidamente registrado no TSE. Jamais houve qualquer contrapartida para essas doações feitas a um partido de oposição à época, o que torna absurdo caracterizá-las como propina”, afirma o partido em nota divulgada neste sábado (17)

A legenda ainda se esquivou de classificar doações feitas ao PMDB, que agora conta com o apoio dos tucanos no governo Michel Temer. “Quanto às doações feitas a outros partidos, o PSDB as desconhece, não tendo, portanto, qualquer informação a oferecer”, divulgou o PSDB.

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