| Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Notadamente contrariado e irritado, o presidente nacional do PTB Roberto Jefferson – pai da deputada Cristiane Brasil, nomeada para o Ministério do Trabalho – criticou a decisão do magistrado que impediu a posse da filha no cargo. A cerimônia aconteceria nesta terça-feira (9), no Palácio do Planalto. À Gazeta do Povo, Jefferson questionou o poder de um juiz de primeira instância rever um ato do presidente da República. No caso, a nomeação e posse de Cristiane na pasta. 

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A liminar que impediu a posse da deputada como ministra foi uma decisão do juiz Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ). Ele entendeu que não pode ocupar um cargo dessa magnitude uma pessoa já condenada por questões trabalhistas, com trânsito em julgado. 

Jefferson afirmou que essa decisão não cabe ao juiz. "Sei lá o que avalio. Não sei se tenho o que dizer. O que mais dizer. Não sei o que dizer de um juiz de primeira instância que suspende um ato do presidente da República. Não dá. É algo que tem que ser discutido em cima. Não em baixo. É difícil. Não sei o que pensar mais", afirmou o ex-deputado federal, sugerindo que esse assunto deveria ser tratado num tribunal superior. 

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Julgado e condenado no caso do mensalão do PT, o presidente do PTB repetiu quatro vezes que não haveria mais a posse de Cristiane Brasil nesta terça-feira. "Hoje não tem mais posse. Não tem mais posse. Não tem. Posse hoje não tem". 

Recurso no STF

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª região negou recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) e manteve a suspensão da posse da filha de Jefferson. O presidente Michel Temer autorizou a AGU a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar manter a posse da deputada como ministra do Trabalho.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Cristiane disse que não há a possibilidade de ela desistir do cargo. Ela disse que, em reunião com Temer mais cedo no Palácio do Planalto, ficou decidido que o governo aguardará o julgamento de um novo recurso contra as decisões que suspenderam sua nomeação. “Não é uma possibilidade”, declarou, ao ser questionada se poderá desistir do cargo.