A 20.ª Vara Federal determinou nesta quarta-feira (28) a suspensão da assistência à saúde oferecida pela Câmara dos Deputados ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB). A Justiça também manda que o peemedebista devolva subsídios salariais recebidos após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o afastou do cargo em 17 de maio. A decisão é do juiz Renato Borelli.
A ação foi proposta pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) contra ato da Mesa Diretora da Câmara e Rodrigo Rocha Loures. A Mesa Diretora é responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Casa.
O peemedebista foi flagrado em ação controlada da Polícia Federal com uma mala estufada de propinas da JBS. O ex-deputado foi filmado carregando R$ 500 mil em São Paulo.
Temer e Rocha Loures foram denunciados por corrupção passiva, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O presidente é alvo da Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, por supostamente ser beneficiário de R$ 500 mil semanais em propinas, operacionalizados entre o empresário Ricardo Saud, da J&F, e Rocha Loures – preso desde 3 de junho.
Segundo os delatores, o dinheiro seria oriundo de 5% do lucro que a JBS teria com uma intervenção do parlamentar e assessor de Temer junto ao CADE sobre o preço do gás fornecido pela Petrobras à termelétrica EPE.
Em áudio gravado por Joesley, em visita às escondidas no Palácio do Jaburu, Temer indica Loures para ser seu interlocutor junto à empresa. O peemedebista afirmou, durante as gravações, que o empresário poderia tratar de qualquer assunto com o deputado.