O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta terça-feira (18) a condenação da jornalista Claudia Cruz, mulher do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB,) na Lava Jato. Os procuradores pediram que o juiz federal Sergio Moro condene a jornalista pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Além de Claudia Cruz, também são réus no processo o executivo Idalécio Oliveira, o lobista João Henriques e o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada. Os dois últimos já foram presos na Operação Lava Jato.
O MPF também pediu que Henriques seja condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Quanto à Zelada, o MPF pediu a condenação por corrupção passiva. Os procuradores pediram, ainda, que Oliveira seja condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Em relação ao cumprimento da pena, os procuradores sugeriram o regime fechado para todos os réus.
O MPF pediu a Moro que mantenha a prisão preventiva do lobista João Henriques – preso desde setembro de 2015.
Zelada também está preso, desde julho de 2015. Ele já foi condenado por Moro a 12 anos de prisão em outro processo da Lava Jato.
Antes da decisão final de Moro, os advogados dos réus devem apresentar no processo suas alegações finais.
Entenda o caso
Claudia Cruz foi denunciada pelo MPF por ser beneficiária de contas no exterior controladas pelo marido, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). O executivo Idalécio Oliveira é acusado de pagar propina a Cunha e a Zelada por contratos da Companie Beninoise des Hydrocarbures (CHB) com a Petrobras. O valor da propina, segundo o MPF, foi operacionalizado por João Henriques.
Cunha também responde a um processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro relacionado à contas mantidas por ele no exterior. O ex-deputado já cogitou, inclusive, firmar acordo de colaboração premiada na Lava Jato.
Cunha foi preso em outubro do ano passado, no mês seguinte à sua cassação na Câmara dos Deputados. Ele foi condenado pelos colegas à perda do mandato depois de responder a um processo no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar. Cunha foi acusado de mentir aos colegas na CPI da Petrobras ao afirmar não possuir contas no exterior.