A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à informação de que a Lava Jato pressiona a construtora Andrade Gutierrez a delatar Fácio Luís Lula da Silva, o Lulinha, um dos filhos do presidente.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, os investigadores querem que a empresa explique porque a Oi (que tem a Andrade Gutierrez como um de seus controladores) investiou R$ 82 milhões na Gamecorp, empresa de Lulinha que não oferecia qualquer retorno.
A Andrade Gutierrez fechou um acordo de leniência já em 2015, mas os investigadores descobriram posteriormente que os executivos haviam omitido uma série de informações comprometedoras envolvendo políticos. Segundo a Folha de S. Paulo, na lista estão o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo o jornal, a suspeita é de que a Andrade Gutierrez tenha decidido comprar a empresa de Lulinha para se aproximar do PT e desfazer a imagem de que era ligada a Aécio Neves.
Sérgio Andrade, que preside o conselho da empreiteira mineira, é suspeito de ter coordenado os pagamentos à Gamecorp. Os primeiros R$ 5,2 milhões foram aportados em 2005, apenas um ano após a criação da empresa de Lulinha com um capital de R$ 10.
O executivo não participou do acordo de colaboração firmado inicialmente pela Andrade Gutierrez, alegando estar fora da gestão do grupo desde 2007.
Os investigadores também querem que o acordo de leniência da empresa seja revisto para incluir informações sobre a compra da Brasil Telecom pela Telemar (antigo nome da Oi), em 2008. Existe a suspeita de que a transação envolveu o pagamento de propinas e contou com R$ 6,8 bilhões do Banco do Brasil e do BNDES.
Resposta
Em nota publicada nas redes sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (26) que a Lava Jato só aceita delação premiada de empresas se houver mentiras contra ele ou sua família.
“Reportagem da Folha fornece novos elementos para demonstrar que os membros da Lava Jato criam versões para tentar prejudicar o ex-presidente Lula e seus familiares e condiciona acordos de delação premiada à confirmação das narrativas mentirosas”, diz trecho da nota.
De acordo com o comunicado, a Lava Jato faz pressão para que os réus e os investigados na operação confirmem “narrativas acusatórias formuladas por seus membros contra Lula e seus familiares”.
Ainda segundo a nota, situações idênticas envolvendo o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o ex-ministro petista Antonio Palocci foram levadas à PGR (Procuradoria-Geral da República) pela defesa de Lula com pedidos de apuração, mas que foram arquivados sem nenhuma investigação do Ministério Público.
Segundo a defesa de Lula, o episódio da compra da Gamecorp já foi “exaustivamente investigado”, sem terem sido “encontradas provas de qualquer ilegalidade” na relação entre as empresas Telemar (OI) e Gamecorp.
“Abrir e reabrir investigações sem qualquer materialidade, suportada por depoimentos forçados de delatores, configura claro abuso de autoridade, além de evidenciar o mau uso das lei e dos procedimentos jurídicos para fins políticos (lawfare)”, diz a nota.
Segundo a defesa, os fatos narrados pela reportagem serão enviadas à PGR.
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