Com participação agressiva da Petrobras e da americana Exxon, a 15ª rodada de licitações de concessões de petróleo e gás realizada pelo governo federal nesta quinta-feira (29) arrecadou R$ 8 bilhões. O ágio foi de 622% em relação ao preço mínimo. Foi o maior valor entre os leilões já realizados no país sob o modelo de concessão.
Em 2017, recorde anterior, a arrecadação com concessões foi de R$ 3,9 bilhões, em valores atualizados. Apenas no leilão da área de Libra, em 2013, no regime de partilha da produção – que prevê a participação do governo no consórcio –, arrecadou-se mais: R$ 19,8 bilhões, em valores atualizados.
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A lista de ofertas, porém, foi esvaziada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou na quarta-feira (28) a retirada dos dois blocos mais caros do leilão. Ainda assim, executivos e especialistas dizem que a boa qualidade das outras áreas, aliada a condições mais favoráveis às petroleiras, ajudou a atrair o interesse.
Após o resultado, o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, elevou de R$ 6,9 bilhões para R$ 12 bilhões a previsão de receita do governo federal com os dois leilões de petróleo previstos neste ano. Em junho, serão oferecidas cinco áreas do pré-sal sob o modelo de partilha da produção.
“Foi um resultado espetacular, tanto pela diversidade de operadores quanto pela diversidade geográfica dos blocos arrematados”, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone. Foram arrematadas 32% das 68 áreas oferecidas – em 2017, foram apenas 13%.
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Entre as empresas vencedoras, além das brasileiras Petrobras e Queiroz Galvão, há dez companhias estrangeiras de oito nacionalidades diferentes. Foram concedidas áreas nas bacias de Santos, Campos, Potiguar, Ceará e Sergipe-Alagoas.
Agressividade
Uma das mais agressivas no leilão, a alemã Wintershall ficou com sete áreas, marcando seu retorno depois de desistir de operar no Brasil em meados dos anos 2000. Mais uma vez, porém, o sucesso do leilão teve grande influência da Petrobras, que participou de ofertas que somaram R$ 5,4 bilhões.
Em parceria com a americana Exxon, a estatal participou dos três maiores lances da concorrência, por áreas na Bacia de Campos. No maior deles, o consórcio pagou R$ 2,8 bilhões, ágio de 1.314%. “São áreas com muito boas perspectivas, por isso os altos ágios”, afirmou o presidente da Petrobras, Pedro Parente. A estatal brasileira participou de consórcios que levaram sete blocos.
A parceria entre Petrobras e Exxon já havia garantido o sucesso do leilão de 2017, quando foi responsável por 95% da receita. No leilão desta quinta, as duas juntas vão desembolsar R$ 5 bilhões – R$ 2,8 bilhões da Exxon e R$ 2,2 bilhões da Petrobras. “Estamos mais confiantes em investir no Brasil”, disse Carla Lacerda, da Exxon, que arrematou oito blocos em consórcio com outras empresas do setor.
Ela citou o potencial geológico do país e as mudanças regulatórias entre as razões do interesse da companhia nos últimos leilões.
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