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 | Evandro Éboli/Gazeta do Povo
| Foto: Evandro Éboli/Gazeta do Povo

O púlpito instalado no centro do plenário da Câmara na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff e que serviu de palanque para discursos históricos não será utilizado na próxima quarta-feira, quando será apreciada a denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer. Quando era anunciado seu nome, o parlamentar subia até esse espaço, que era destacado, e declarava seu voto num microfone instalado na frente. A estrutura de madeira do púlpito foi localizada pela Gazeta do Povo jogado no canto de um almoxarifado que fica num dos subterrâneos da Câmara. Já todo desmontado.

Em 17 de abril do ano passado, na sessão do impeachment, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu pela colocação do púlpito. O atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), definiu que os deputados irão proclamar seus votos nos dois microfones que ficam mais à frente e próximo da Mesa da Câmara. Eles ficam no chão e num nível mais baixo se estivessem no púlpito, que destacava o parlamentar votante.

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Essa instalação no centro do plenário deu visibilidade ao deputado no momento de seu voto. Eles apareciam mais alto que os demais e quando tinham seus nomes anunciados por Cunha se encaminhavam ao local e subiam uma pequena rampa antes. No entorno do púlpito, deputados favoráveis ao impeachment faziam uma espécie de cerco e bradavam em cada voto pró-impeachment de Dilma. Foi dali que foram geradas as imagens dos parlamentares aos berros votando contra a petista em nome de suas famílias, de suas cidades, enrolados em bandeiras de seus estados e até um deputado - Eduardo da Fonte (PP-PE) - que tentou colocar seu filho de 13 anos para dizer “sim” no microfone, mas isso Cunha impediu.

Os deputados da oposição estão preocupados com o rito estabelecido pela Secretaria-Geral da Mesa, que não deixou claro ainda quanto tempo os parlamentares terão para exprimir seus votos. No impeachment de Dilma cada um teve dez segundos, ainda que vários extrapolaram.

“Isso precisava ficar claro. O Rodrigo Maia precisa nos esclarecer isso. Acho que não teremos mais aquelas cenas do ano passado. Até porque quem votou contra Dilma tende a votar a favor de Temer, mas, ainda bem, muitos ainda resistem. E quem for votar com Temer deve, no máximo, dever dar um voto não à denúncia bem baixinho”, prevê o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

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