O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), classificou como “boataria maldosa” a divulgação da informação de que outro deputado do PMDB do Paraná iria ocupar a vaga no ministério deixada por Osmar Serraglio, que está voltando para a Câmara. Rossi afirmou ainda que essa nunca foi uma opção do partido e que nem falou com os três paranaenses da bancada que se enquadrariam nesse perfil.
“Isso foi uma boataria maldosa, que correu feito um rastilho de pólvora. Essa hipóteses nunca existiu, não existe e não existirá”, disse Rossi nesta quarta-feira (31).
O líder do PMDB assegurou que a legenda não indicará também sucessor de Torquato Jardim no Ministério da Transparência e nem para o Ministério da Cultura. “Não discutimos nada. Não há pleito do PMDB”, assegurou.
Os três deputados do PMDB paranaense que foram citados para assumir um ministério, e assim garantir que Rocha Loures (PMDB-PR) permanecesse com mandato na Câmara e com foro privilegiado assegurado, foram João Arruda, Hermes Parcianello e Sérgio Souza.
Até o início da noite desta quarta Serraglio não havia reassumido seu mandato na Câmara. Há o receio no Palácio do Planalto que, logo que ele retorne à Câmara, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, determine a prisão de Loures.
Serraglio tem conversado bastante com parlamentares da bancada ruralista. Esse grupo teria atuado para convencê-lo a não assumir o Ministério da Transparência.
“Falei com o Serraglio depois desse episódio e ele está empenhado em retornar à Câmara e atuar em favor do governo, sem ressentimento. Ele deixou claro na sua carta de despedida do ministério que apoia o governo”, disse Rossi.
Representação no Conselho de Ética
Tão logo Serraglio retome o mandato na Câmara, a representação contra Rocha Loures no Conselho de Ética da Casa será suspenso. Como Loures voltará para a suplência, o processo nesse colegiado deixa de prosseguir. Neste momento, a representação estava a cargo da Mesa Diretora, para procedimento burocrático de numeração e reenvio ao Conselho de Ética.
O caso contra Loures pode voltar a ter sequência caso ele reassuma o mandato em algum momento. Não há histórico no órgão de processo contra quem está na suplência. E há até um vácuo e um não entendimento claro sobre situação de deputado afastado por decisão judicial, como era a de Loures até o momento. Mas como ele continua recebendo salário, entende-se que está no exercício do mandato e está passível de responder por quebra de decoro parlamentar. Serraglio voltando, não mais.
No passado, o conselho já adotou posição de cassação de mandato de um deputado mineiro, Cabo Júlio, mas não chegou a ser votado em plenário porque a legislatura acabou. Ele ficou na suplência na eleição seguinte, e não retornou à Câmara. Mas, se assumisse o mandato, o caso contra ele continuaria no mesmo pé e Júlio teria a perda de seu mandato, ou não, submetida ao plenário.